Neste sábado (11), faleceu o primeiro ser humano a receber um rim de porco geneticamente modificado, quase dois meses após a cirurgia nos Estados Unidos. Richard Slayman, de 62 anos, passou por um transplante em março no Hospital Geral de Massachusetts, realizado por um médico brasileiro. Os cirurgiões previam que o rim de porco duraria pelo menos dois anos, mas não há indícios de que a morte de Slayman esteja relacionada ao transplante, conforme declarou a equipe médica do hospital.
PRIMEIRO CASO - Quando recebeu o rim, Slayman expressou sua gratidão, descrevendo o momento como um dos mais felizes de sua vida. Ele foi o primeiro ser humano vivo a passar por esse procedimento, diferentemente de transplantes temporários anteriores de rins de porco em doadores com morte cerebral. Slayman tinha o objetivo de oferecer esperança para milhares de pessoas que aguardam por transplantes, conforme sua família afirmou em comunicado.
XENOTRANSPLANTE - Slayman sofria de doença renal avançada, diabetes tipo 2 e hipertensão, fazendo diálise há sete anos. Após complicações na diálise, seus médicos sugeriram o transplante de rim de porco. O xenotransplante, que envolve o uso de órgãos de animais para curar pacientes humanos, enfrentou desafios devido à rejeição do sistema imunológico humano, mas tentativas recentes envolveram porcos geneticamente modificados para órgãos mais compatíveis.
AMPLIAÇÃO DE PESQUISA - A pesquisa visa ampliar a oferta de órgãos e oferecer alternativas à hemodiálise. No Brasil, 30 mil pacientes aguardam transplantes de rim, enquanto nos Estados Unidos, onde Slayman vivia, são 100 mil. O transplante de rim de porco representa um avanço significativo na medicina, oferecendo esperança para aqueles na fila por órgãos e impulsionando o desenvolvimento de novas formas de tratamento.