Procissão das Sanfonas invade ruas de Teresina em homenagem a Luiz Gonzaga, o rei do baião

Sanfoneiros de Teresina e de vários municípios se reúnem hoje, a partir das 15h, na Igreja Nossa Senhora das Dores

Músicos seguem pelas ruas, indo até Museu do Piauí | Reprodução
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Hoje é dia de reverenciar Luz Gonzaga. Como todo mês de agosto, a Procissão das Sanfonas pede passagem e transforma o centro da cidade num grande palco da música nordestina.

Nesta edição, o homenageado é mais que especial, Ano Viva Dominguinhos. O compositor marcou gerações transformando-se no sucessor do mestre Lua.

Com sua partida abre-se uma lacuna na música popular b rasileira, afinal, os muitos amantes do baião, estilo que marcou uma geração, garantem que não há na atualidade quem venha a substituí-lo.

?Ele não deixou sucessor. Não temos um substituto direto. Gonzaga deixou Dominguinhos e com a morte dele não ficou mais ninguém no lugar, o que preocupa?, diz Wilson Seraine, pesquisador e um dos integrantes da Colônia Gonzaguiana no Piauí, que promove a procissão.

Segundo ele, apesar de não existir, no momento, um nome expressivo de alguém que dê continuidade a obra desses dois ícones do baião, há uma preocupação e até mesmo paixão que move seus seguidores e olha que não são poucos. São eles os responsáveis por manter viva a chama de um legado de muitos sucessos.

?Tem muita gente boa, que certamente irá levar à frente tudo o que eles deixaram. São crianças, jovens, adultos que gostam deles e de sua música. Com a morte de Dominguinhos perde-se um referencial, um ícone, que era um chefe em que todos se espelhavam, seguiam, reverenciavam. Ele deixa um trono vazio e não tem quem substitua?.

A preocupação existe e o primeiro passo para deixar essa chama de amor ao baião viva é continuar tocando, reunindo fãs e apreciadores do estilo. E se a música é o caminho para despertar nas futuras gerações o conhecimento a obra deixada por Gonzaga e Dominguinhos, nada melhor do que deixar o som ecoar por todos os lugares e a procissão, que já se tornou tradição no início do mês, deve mais uma vez arrastar uma multidão pelas ruas do centro da capital, levando alegria por onde passar. A julgar pelos outros anos não há quem consiga ficar parado.

São muitos os sanfoneiros que participam do encontro. Alguns vindos do interior do Estado, trazendo na mala não só a sanfona, mas uma paixão que move corações e transforma simples homens em seguidores do rei do baião. Dos mais jovens aos mais idosos, não há quem resista a seguir nessa romaria.

A concentração acontece em frente à Igreja das Dores, Praça Saraiva, às 15h. É lá também que é realizada a benção das sanfonas, momento de religiosidade que marca as festividades de aniversário de Luiz Gonzaga. Em 2013 completam 24 anos sem o rei do baião.

De lá, o grupo segue pelas ruas levando música. E de forró em forró, o som das sanfonas invade o ambiente movimentado do comércio, quebrando a rotina e transformando ruas e calçadas em um imenso salão. Vale até dançar.

Basta encontrar o seu par. E é essa a intenção fazer com que as pessoas parem para ouvir, cantar e dançar revivendo grandes sucessos do cancioneiro popular que marcaram época e ainda continua encantando.

Exposição é um painel da obra de Gonzagão

Ao final da procissão, marcada para encerrar em frente ao Museu do Piauí ? Casa de Odilon Nunes, será realizada a abertura da exposição sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga. A mostra é composta de partituras, fotos, quadros, revistas, livros raros, cordeis, fitas cassetes, objetos diversos.

Um importante acervo que pertence a Wilson Seraine, que ao longo dos anos vem pesquisando e colecionando tudo o que encontra sobre o rei do baião.

Ele possui verdadeiras raridades, como livro autografado por Gonzaga e outras peças curiosas que podem ser conferidas de perto pelos fãs durante a exposição, durante dez dias no Museu do Piauí. Vale a pena conferir!

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