A produção nacional de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) subiu 1,7% em outubro na comparação com setembro. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), saíram das linhas de montagem no mês passado 265.517 unidades, contra 261.184 em setembro. No entanto, ao comparar com a produção de outubro de 2010, é observada queda de 9,5%, já que naquele mês haviam sido fabricados 293.535 veículos.
Apesar de a produção ter subido, ela sofreu uma desaceleração no mês devido aos esforços das montadoras para reduzir os estoques. Tanto é que o mês de outubro foi o terceiro mais baixo em volume de produção, perdendo apenas para os meses de setembro e janeiro.
O balanço divulgado nesta segunda-feira (7) mostra que no acumulado de janeiro a outubro a produção já soma 2.869.679 unidades. O aumento foi de 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado, o que representa mais um recorde. No ano passado, o volume era de 2.815.093 unidades.
Segmentos
Ao destacar por segmentos, a produção de automóveis e comerciais leves somou 241.716 unidades no mês. O volume é 1,2% maior em relação ao registrado em setembro, com 238.795 carros. Na comparação com outubro de 2010, o resultado mostra queda de 11,6%, pois nesse período do ano passado foram fabricados 273.455 carros. No acumulado do ano, o segmento soma 2.652.209 unidades, volume 1,1% superior ao registrado entre janeiro e outubro de 2010.
O segmento de caminhões teve alta de 7,5%, de 18.243 unidades em setembro para 19.612 em outubro. Porém, no acumulado, foram fabricadas 178.640 unidades, crescimento de 13,8% ao comparar com as 157.006 unidades que saíram das linhas no mesmo período de 2010.
No caso do segmento de ônibus também houve crescimento no mês, de 2,3%. Ao todo foram produzidas em outubro 4.243 unidades, contra as 4.146 em setembro. No acumulado, há alta de 7,9%, com 38.830 unidades fabricadas entre janeiro e outubro.
Estoques
Segundo os dados da Anfavea, os estoques na indústria somam 130.023 unidades no fechamento de outubro, o que representa 14 dias de vendas. Nas concessionárias, o volume é maior, de 244.319 ou 26 dias. Ao comparar o volune total de estoques com o do mês anterior, outubro fechou com 374.342 unidades em pátios, contra 378.891. No entanto, com a diferença de dias úteis, o número representa 40 dias em outubro contra 36 em setembro.
Apesar da contínua alta dos veículos estocados, o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, afirma que o volume é considerado "normal". "Pra mim não me assusta. Tradicionalmente no Brasil, os últimos meses do ano têm maior volume de vendas. Acredito que esse volume abastecerá a forte demanda de fim de ano, incentivada pelo 13º salário."
CKD
A Anfavea mudou a metodologia para a contabilizar a produção e conta desde abril deste ano os veículos desmontados (CKD) à parte do total de produção e de exportações. Assim, os carros produzidos em sistema de CKD somaram em outubro 1.953 unidades. No acumulado são 19.144.
Exportações
De acordo com a Anfavea, 52.249 veículos montados foram vendidos para o mercado externo em outubro. O volume representa aumento de 17% em relação às 44.646 unidades exportadas em setembro. No acumulado, o crescimento chega a 4,1%, de 420.807 veículos comercializados a outros países em 2010 para 438.215 neste ano.
No caso das exportações em valores, outubro fechou com alta de 2,6%, com US$ 1,41 bilhão (inclui máquinas agrícolas). Isso porque em setembro havia sido exportado o equivalente a US$ 1,38 bilhão. No acumulado dos 10 meses, o volume soma US$ 12,77 bilhões.
Ao comparar com os US$ 10,53 bilhões exportados no mesmo período de 2010, o resultado representa expansão de 21,3%.
"O crescimento é uma boa notícia, mas ainda éramos mais competitivos em 2005", diz o presidente da entidade. Segundo ele, o saldo da balança comercial em outubro ficou negativo em 243 mil unidades.
Previsões
A Anfavea acredita que o ano de 2011 fechará com aumento de 5% das vendas sobre 2010, com 3,69 milhões de unidades. Já as exportações em valores devem fechar o ano com alta de 7,6%, em 540 mil unidades. Em valores, a alta prevista é de 17,8%, em US$ 15,2 bilhões. Assim, a produção fecharia em 3,420 milhões de unidades, alta de 1,1% sobre 2010.
Na última sexta-feira (4), o país chegou a 3 milhões de unidades emplacadas no ano. "O mercado brasileiro não está imune ao que acontece lá fora, mas com crédito e queda dos juros, há força para o mercado continuar a crescer", avalia Belini.
Em setembro, a inadimplência superior a 90 dias no setor era de 4,4%. "A tendência é cair."
Importações
O licenciamento total de veículos novos somou em outubro 280.567 unidades, sendo que 263.750 são exclusivamente de automóveis e comerciais leves. Desse volume, a entidade aponta 25,3% de veículos importados, ou seja, 70.648 carros comercializados no país vieram do mercado externo. Ao somar caminhões e ônibus importados, esse volume chega a 71.029.
Com esse aumento, a porcentagem de veículos flex na nova frota nacional está em 83,3%. Em 2010, a participação dos carros bicombustíveis nas vendas de carros novos era de 86,4%.
Emprego
Com o crescimento da indústria automobilística contínuo, o índice de emprego permanece em alta. As fabricantes de veículos e máquinas agrícolas fecharam o mês de outubro com 145.391 pessoas empregadas diretamente. Na comparação com setembro, o aumento de funcionários contratados foi de 0,2%. Ao considerar outubro de 2010, a expansão do emprego chega a 7,5%.