Um professor de inglês, a esposa dele e uma diretora de uma escola de Beberibe, no Litotal Leste do Ceará, viraram réus na Justiça Estadual, nesta segunda-feira (25), pelo crime de estupro de vulnerável. O docente foi acusado de cometer crimes sexuais contra seis crianças do sexo feminino, que eram suas alunas, no Município.
A reportagem apurou que a denúncia foi apresentada pela Promotoria de Beberibe, do Ministério Público do Ceará (MPCE), e acatada pela Vara de Beberibe. O professor virou réu por seis crimes de estupro de vulnerável; e as duas mulheres, por um estupro de vulnerável e pelo delito de omissão penalmente relevante.
O Inquérito Policial foi finalizado pela Delegacia Municipal de Beberibe, da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), no dia 24 de junho deste ano, com o indiciamento dos três suspeitos. Oito meninas (que hoje têm entre 5 e 11 anos), com ajuda dos pais, denunciaram ter sido estupradas pelo professor, de 29 anos.
Conforme as investigações, a esposa do suspeito e a diretora de uma escola eram coniventes com os crimes. Em um dos episódios, uma criança abusada dentro da escola procurou a diretora para denunciar o caso. A responsável pela instituição orientou a família a procurar um psicólogo para a menina e prometeu demitir o docente.
Entretanto, após as férias escolares, o suspeito continuou a lecionar no estabelecimento. Ao ser questionada por familiares da vítima, a diretora teria alegado que não podia demiti-lo por questões trabalhistas e garantido que a criança não voltaria a ter contato com ele.
A menina acabou sendo retirada da turma de inglês, para evitar a proximidade. "A vítima não podia mais assistir as aulas de inglês. A tia disse que deixou a criança lá porque era mais barato e uma escola boa. Mas, em 2021, ele ia voltar a dar aula para a criança, e a família foi falar com a diretora, que respondeu que ele 'estava mudado, não ia fazer mais isso'", detalhou a delegada de Beberibe, Ana Paula Scotti, em entrevista ao Diário do Nordeste após o indiciamento.
PRISÃO PREVENTIVA DO PROFESSOR
O professor de 29 anos foi preso preventivamente e alvo de um mandado de busca e apreensão, em Beberibe, no último dia 15 de junho. "Quando essas mães me procuraram, relataram que as filhas tinham sido abusadas entre 2018 e 2019 e que, na época, não tinham feito a denúncia, para não expor as crianças. Então ele continuou fazendo", afirmou a delegada.
Segundo a delegada, há denúncias de que o professor colocava a mão na boca e nas partes íntimas das meninas e que até tinha beijado na boca de uma delas. "As crianças eram muito novinhas, e isso dificultava a denúncia. Elas não chegavam nem a entender o que estava acontecendo", afirma Scotti.