A curitibana que foi professora de passarela do rapaz que ficou conhecido como "mendigo gato de Curitiba", Carol Valenga, disse que ele fazia muito sucesso e era bem cotado para fazer testes. "Além de bonito, ele era muito aplicado, chegava sempre no horário e cumpria com todas as obrigações do contrato".
Carol foi professora do rapaz por cerca de cinco meses, em 2002. "Na época ele fazia muito sucesso. Tenho certeza que se ele não tivesse desistido teria um futuro brilhante. Eu lembro que quando a gente mandava as fotos dele para trabalhos na área ele sempre era chamado. Ele era aprovado nos testes e fez bastante coisa. Até que ele resolveu arrumar um trabalho fixo em outra área".
Depois disso, ele acabou se perdendo e abandonou a carreira, segundo Carol. "Acho que a única coisa que falta agora é ele se tratar primeiro. Nós gostaríamos de encontrá-lo e mostrar tudo que ele já fez. Nós sabemos que morando nas ruas, ele não tem noção das coisas".
Em 2011, quando ele apareceu na agência, nós nos assustamos. "Ele estava drogado e não falava nada com nada. Nós até tentamos ajudar sugerindo um abrigo e tal (...), mas ele não aceitou", acrescentou a professora.
"Nós gostaríamos muito de dar uma força para ele de novo. Mas para isso precisamos achá-lo. Já procuramos em várias praças, mas não tivemos sucesso. Enfim, também estamos de portas abertas caso ele queira aparecer", ressaltou.
Repercussão
A foto em que o morador de rua aparece enrolado em um cobertor teve repercussão após ter sido postada por uma garota no Facebook. Ela contou no comentário da rede social que o jovem a abordou no local e pediu para ser fotografado. Ele queria ficar famoso "na rádio".
A moça afirmou que "na rádio" não poderia colocar, mas que no Facebook ele poderia ficar famoso, pelo menos entre os amigos dela. Até a manhã desta sexta-feira (19), a imagem tinha mais de 49 mil compartilhamentos e ganhou repercussão como "mendigo gato de Curitiba"
sperança
A mãe contou que torce para que o rapaz saia das ruas e volte a ter uma vida normal. "Ele não precisa disso, tem família em casa. Mas desde que entrou no mundo das drogas é assim (...), não aparece mais e vive em qualquer lugar. Essa é a vida que ele escolheu. É muito triste, em alguns casos, tem algumas crises e fica violento. Mas eu quero tirar ele da rua, só que não posso pagar uma clínica. Já tentamos internar, mas ele não parou".