Professora perdoa aluno que atirou nela e depois se matou

No dia 22 de setembro, Davi levou à escola a arma do pai escondida na mochila e atirou na professora.

A professora de português Rosileide Queirós, que foi baleada por um aluno. | Reprodução/TV Globo
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A professora de português Rosileide Queirós de Oliveira, de 38 anos, que foi baleada por um aluno de apenas 10 anos na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, de São Caetano do Sul, no ABC, afirmou que o perdoa. Logo depois de disparar contra a professora, o estudante Davi Nogueira se matou com um tiro na cabeça. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, ela disse que Davi era “um menino muito bom”, tranquilo e muito educado. “Ele era um aluno exemplar”, disse. Ela ainda se recupera dos ferimentos e não sabe se voltará a dar aulas. No dia 22 de setembro, Davi levou à escola a arma do pai escondida na mochila. Quando o pai, que é guarda-civil, se deu conta de que o revólver calibre 38, que deixava sobre um armário, não estava no lugar, ele foi até a escola falar com os filhos. Os dois negaram que estivessem com a arma. Pouco depois, o garoto efetuou os disparos. A delegada responsável pelo caso encerrou o inquérito sem indiciar ninguém e não responsabilizou o pai por negligência na guarda do revólver. A professora Rosi, como é chamada pelos alunos, ficou uma semana internada, e hoje se recupera na casa de uma irmã, em São Bernardo do Campo, no ABC. Nessa primeira entrevista que ela dá sobre o caso, ela disse que chegou a achar que se tratava de extermínio. “Naquele dia, teve a troca de aula normal, entrei para essa turma, que seria o 4ºC. Ao entrar, eu fui apagar a lousa e ouvi um estrondo muito forte do lado de fora. Não senti o tiro. Ouvi só um barulho. Achei até que fosse uma bomba, dentro de lixo, de cesto de lixo. Só a partir do momento que começou a doer o corpo, que eu imaginei que alguma coisa tinha me atingido. Eu acabei caindo no chão e depois eu já achei que fosse um extermínio. Eu olhei e as crianças, até então, não tinham percebido. Quando eu passei a mão assim e vi sangue. Eles perceberam, então, que tinha acontecido alguma coisa e eles começaram a se assustar. Nesse momento, eu pedi ajuda, para eles chamarem ajuda. [Eles] Saíram da sala, eu lembro que ficou só uma aluna, que eu não conseguia ver quem era, do meu lado, pedindo para eu segurar. Enquanto ela foi buscar ajuda, eu pensei que [atiradores] fossem voltar. Virei e achei melhor me fingir de morta, para que não voltassem”, lembra Rosileide. No momento do tiro, Rosileide tinha acabado de entrar na sala. Ela conta que não viu o Davi nesse dia e que não tinha um problema pessoal com ele. “Ele era um bom aluno. Não tinha problema algum com ele na sala. Nada. Pelo contrário, ele era sempre muito educado, Era sempre os primeiros a serem escolhidos nas brincadeiras. Ele era um aluno exemplar”, diz Rosileide. A professora revela ainda que nunca chegou a brigar com ele, discutir: “Não tinha motivos. Era um aluno tranquilo”. Só depois de três dias no hospital, Rosileide ficou sabendo que tinha sido baleada por um aluno. “Muito triste. Fiquei sem entender. Não acreditava que fosse esse aluno. Eu achei: "não, deve ter algum engano". Não dá para entender até agora”.

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