Uma professora é suspeita de racismo dentro de uma escola estadual, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. No vídeo, gravado por um dos alunos, a professora aparece chamando um estudante de macaco. Nádia Restum, de 58 anos, prestou depoimento por mais de duas horas. Ela foi acompanhada de dois advogados e do marido. Um funcionário da escola disse que, há dois anos, a professora chamou o aluno de “babuíno”.
A diretora da escola também prestou depoimento e informou que o aluno tem um histórico de indisciplina e que a mãe não faz nada para educar o aluno.
" Ela quer justificar um erro com uma calúnia? Ela menosprezou a cor do meu filho, isso é crime. Por mais mal educado que ela seja."
A professora dá aulas há dez anos, oito na mesma escola. Segundo o advogado da suspeita, a denuncia está fora de contexto.
" Foi pego um pequeno trecho de várias coisas que o aluno falou e que a professora também falou e o trecho está completamente fora de contexto. A gente vai contextualizar isso para as autoridades policiais e esclarecer que estamos tratando de uma professora de quase dez anos de carreira elogiada pela escola e pelos alunos."
A delegada Raíssa Celles informou que as testemunhas que estavam na sala de aula serão ouvidas. A denúncia partiu da mãe do menino, Ana Paula de Melo, que não tem dúvidas de que o filho foi alvo de ofensa racial.
" Ele foi discriminado, xingado, chamado de macaco por uma pessoa que estudou duas faculdades, fez dois concursos públicos, como ela mesma diz, para ser professora. O que mais me deixa indignada é que nós estamos no século 21 e uma pessoa que foi preparada para educar, ensinar, tem esse tipo de ato com o meu filho."
Segundo a mãe do aluno, a confusão teve início por causa de um jogo de pingue-pongue dentro da sala. A professora já chegou alterada alegando que a atitude se tratava de um desrespeito com ela. O aluno questionou a forma de falar da educadora.
O estudante disse que na hora não percebeu a proporção da ofensa, mas que, posteriormente, ao ver o vídeo, sentiu-se muito mal.
Após o ocorrido, Ana Paula foi chamada pela diretora da escola para comparecer na instituição. Na reunião, a professora estava presente e disse que não chamou o aluno de macaco.