Os professores da Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) estão em greve desde o dia 17 de maio, apesar disso, docentes reclamam que até agora o Governo Federal não apresentou proposta. O presidente da ADUFPI, Mário Ângelo, conta que já foram duas reuniões de negociação com o Governo Federal desmarcadas.
Os professores reivindicam a reestruturação da carreira docente, melhorias de condições de trabalho e o reajuste salarial de 22,08%. Quanto a reestruturação da carreira, o docentes já apresentaram proposta com 13 níveis, mesmo assim, o Governo ainda não apresentou contraproposta.
Além, das pautas nacionais, professores também entregaram no último dia 11, as reivindicações locais para a Administração Superior da UFPI e aguardam que os responsáveis marquem audiência, para tratar das pautas gerais, inclusive solicitam suspensão do calendário acadêmico.
Professores exigem que seja feito um grupo de trabalho permanente para que sejam discutidos os problemas da universidade, que não se encerram com a greve.
Mário Ângelo conta que desde 2011 tentam diálogo para os problemas emergenciais, mas não tem retorno, o que necessariamente implica em cuidado maior e permanente para tratar dos problemas que se acumularam.
Atualmente 95% dos professores estão em greve, embora haja ainda resistência com os professores da pós- graduação. Valéria Silva conta que esta dificuldade revela o fosso que a própria estrutura da universidade criou dentro da categoria.
"Há professores que acham que estão em um patamar maior porque são da pós-graduação, quando sabemos que somos uma categoria só e que sofremos as mesmas dificuldades", diz Valéria.
Valéria acrescenta que é professora da pós-graduação, mas não abre mão de construir a greve, já que este setor é bem mais explorado. "Os professores da pós-graduação têm uma exigência muito maior de produção e a universidade hoje não destina as condições suficientes para esta produção.
Isso fica claro quando não temos verba para pesquisa, extensão, participação em congressos. Os professores têm que se virar com verbas de bolsas de projetos e isso quando recebem", conclui Valéria.