Os trabalhadores e profissionais do segmento de entretenimento do Piauí realizaram uma manifestação na manhã desta quinta-feira (27), no adro da igreja Sao Benedito, no Centro de Teresina. São garçons, seguranças, produtores, técnicos de som, barraqueiros, empresários de buffet, fotógrafos, cantores e Djs que foram pedir que a data prevista para a retomada dos eventos seja mantida para o dia 8 de setembro e que seja estabelecido um protocolo específico para o setor de eventos, já que costuma reunir muitas pessoas e exige segurança sanitária.
O segmento de eventos foi o primeiro a paralisar as atividades em todo país. Em Teresina, são quase 4 mil trabalhadores que estão sem trabalhar e muitos estão passando por dificuldade, pois não conseguiram auxilio emergencial e não recebem nem um tipo de assistência financeira nesse momento de pandemia provocada pelo novo coronavírus.
O produtor cultural Antonyel Ribeiro, destacou que a principal reclamação da categoria diz respeito ao prazo estabelecido para a volta da realização de eventos presenciais, o que, de acordo com a previsão do Comitê de Operações Emergenciais do Estado (COE), deve ocorrer apenas a partir de 15 de novembro.
“Pedimos ao poder público para que possamos trabalhar, que a nossa volta seja 8 de setembro, como estava previsto e não para o mês de novembro como está querendo o Governo do Estado, através da Dra. Tatiana Chaves, diretora da Vigilância Sanitária. Então nós queremos retornar dia 8 de setembro como diversos outros setores já retornaram na capital”, disse.
O produtor destacou ainda que os protocolos serão os mesmo seguidos por outros setores como a redução de 50% da capacidade, distanciamento social, higienização, uso de álcool em gel, verificação da temperatura corporal na entrada.
Governo pretende adiar retomada para novembro
Tatiana Chaves, diretora da Vigilância Sanitária Estadual, confirmou a previsão de retomada de autorização de eventos presenciais para 15 de novembro. Segundo a diretora, a estimativa tem como base a atual situação epidemiológica enfrentada no Estado. Ela ressalta que, com a dinâmica da evolução da Covid-19, os prazos podem ser modificados. A partir do dia 15 de setembro, pelo entendimento do COE, poderão ser realizados eventos apenas na modalidade Drive in, onde o público acompanha a apresentação de dentro do carro.
Vale destacar que entre os lugares públicos menos indicados para se transitar enquanto a transmissão estiver alta, estão banheiros públicos, restaurantes, locais de trabalho e escolas, festas, conferências, cinema e shows. Todos esses locais são de alto risco por serem locais em grande parte fechado, não ventilado, que geram aglomeração de pessoas e com chances muito prováveis do vírus ser transportado por meio de superfícies.
Entenda o impacto da pandemia no setor de eventos
O isolamento social é uma das medidas preventivas para conter a aglomeração de pessoas e, assim, evitar a proliferação do novo coronavírus. Com isso, o segmento de eventos do país sofreu drasticamente. Um levantamento feito pelo Sebrae, em abril, mostra que a pandemia do coronavírus afetou 98% do setor de eventos. Apesar de terem sido impactadas pela crise, 64% das empresas afirmam que não preveem demissão dos funcionários nos próximos três meses.
Para tentar amenizar os efeitos da crise, empresários tentam negociar prazos: 34% devolveram o dinheiro para o contratante, mas 35% deles contam que conseguiram negociar crédito para utilizar futuramente.
A pesquisa ouviu prestadores de serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas, além de profissionais cujos trabalhos envolvem aluguel de estruturas como palcos, estandes, iluminação, som, bem como serviços de filmagens, produção fotográfica, bufê de festas, decoração, assessoria cerimonial, seguranças, transporte, agência e operadora de turismo, entre outros.
O impacto provocado pela Covid-19 também fica evidente observando o faturamento do setor. Em comparação ao mês de abril do ano passado, 62,5% dos entrevistados acreditam na redução de 76% a 100% do faturamento em abril deste ano.