A preservação da natureza é pauta da Rede Meio, emissora que tem compromisso com o telespectador e, toda semana, no Incrível, apresentado por Alcide Filho, mostra as belezas do Estado. Neste sábado, às 22h30, e no domingo, às 15h, o programa traz à tona o que o Piauí e o Brasil têm de bonito.
Nesta semana, o programa juntou-se a uma equipe de pilotos aventureiros montados em jet-skis e percorreu o trecho do baixo Parnaíba, de Teresina a Luís Correia, e vai mostrar o resultado dessa viagem, sem reprises, destacando os cenários naturais e emoções durante uma tempestade equatorial.
No Delta, as águas do rio Parnaíba são berçários da vida. É um rio ainda vivo e a equipe vai percorrer o trecho do baixo Parnaíba, nas vizinhanças com o delta e no território das águas salobras do litoral, onde se pesca e se vive da pesca.
?Comunidades de pescadores têm uma proximidade direta com o rio e dele dependem. Peixes surubins e curimatás ainda são pescados e levados em canoas de remo até os mercados da região. Mandis e piaus caem nas tarrafas, anzóis e redes?, afirmam.
A riqueza da ictiofauna (conjunto de espécies de peixes) no trecho mais próximo da foz do rio Parnaíba é um presente decorrente das florestas de manguezais do Delta.
?Estima-se que existam no planeta cerca de 172.000 km² de manguezais. Desse total, cerca de 5,8%, o equivalente a 10.000 km², estão no Brasil.
Depois que o chão escuro do mangue é coberto pela preamar ou maré alta, algas vermelhas, verdes e azuis crescem sobre as raízes?,diz Alcide.
A maior tarefa das algas é produzir energia e reter minerais. ?Quando bactérias e fungos atuam decompondo as folhas do manguezal, a cadeia alimentar é iniciada, baseada no uso dos detritos resultantes desta decomposição.
Essa comida ou biomassa é a base que alimenta, direta e indiretamente, desde as fases mais jovens quanto as espécimes adultas que circulam pelo território salobro do delta?, explica.
História de tesouros perdidos
O litoral é repleto de histórias impressionantes. Em uma delas, contam que em 1571 o navegante português Nicolau de Rezende fez o primeiro relato de um europeu sobre o Delta do rio Parnaíba. ?Isso aconteceu depois de um naufrágio nas proximidades da foz do rio.
Fugindo de piratas, o navegante entrou pelo Delta adentro para esconder-se entre as ilhas. Nicolau despistou seus perseguidores, escapou de um saque, mas foi traído por um banco de areia invisível. Sua caravela nunca mais flutuou nem retornou ao mar.
Lendas dizem que um rico carregamento de ouro que levava a bordo também sumiu entre as águas. Outro tesouro, certamente ainda maior, é a biodiversidade do Delta do rio Parnaíba?, diz.
Outro fato importante é a origem do nome Parnaíba. Segundo Alcide, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho quis assim homenagear a sua vila natal, Santana de Parnaíba, nas margens do rio Tietê em São Paulo.
Com a formação do território da província do Piauí, em 1718, o rio Parnaíba serviu como um divisor geográfico com o Estado do Maranhão.