A cada dois anos, no Brasil, o eleitor vai às urnas eleger aquele que, possivelmente, irá lhe representar, trabalhar em benefício do povo, construir ações e executá-las de forma transparente. Nos últimos anos o processo eleitoral brasileiro vem enfrentando um cenário de polarização e questionamentos, em especial com a divulgação e difusão de notícias falsas, as fakenews.
Por isso, uma faculdade particular de Teresina, pensando em produzir conhecimentos científicos e combater a desinformação, criou o Projeto de Extensão “Observatório das Eleições”. O intuito é realizar estudos, pesquisas e avaliações, além de colocar os próprios estudantes como produtores de conteúdo e instrumentos de esclarecimento à população relacionados às Eleições de 2022, bem como o papel e estrutura da Justiça Eleitoral neste processo.
O projeto é coordenado pelo professor e advogado Horácio Neiva, com colaboração do professor de Engenharia de Software, Dimmy Magalhães. São 25 estudantes no grupo de estudos formado não só pelos estudantes de Direito, mas também de Engenharia de Software. Essa interdisciplinaridade entre os cursos permite uma maior compreensão de todo o processo, pois envolve as análises jurídicas e o tratamento de dados eleitorais.
“O Observatório das Eleições é uma atividade de conscientização e também de promoção de cidadania. Os estudantes irão produzir materiais de esclarecimento para a população, como textos, vídeos e outras mídias destinados a prestar esclarecimentos e desfazer equívocos sobre o processo eleitoral brasileiro”, disse Horácio Neiva.
Palestras abertas
O “Observatório das Eleições” já promoveu palestras abertas sobre fakenews, com a jornalista Luana Sena, doutoranda em Comunicação Social pela UFBA. Também ocorreram debates sobre a Constituição e o processo eleitoral brasileiro, com Saul Tourinho, Doutor em Direito Constitucional que já foi assessor da Corte Constitucional da África do Sul e da vice-presidência da Suprema Corte de Israel.
Além das palestras, os estudantes do Observatório também visitaram o Depósito Central de Urnas Eletrônicas do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), eles puderam conhecer de perto o sistema eletrônico de votação e as urnas. O Secretário de Tecnologia da Informação do TRE, Anderson Cavalcanti, que também é professor de Engenharia de Software, foi quem explicou toda a segurança física e eletrônica envolvida no processo, além da possibilidade de auditoria do voto.
O intuito é que o projeto se estenda durante todo o processo pós-eleitoral com o tratamento e a análise dos dados levantados.