O município de Baixa Grande do Ribeiro recebe há seis anos um projeto que transformou a realidade de jovens de baixa renda da região: a Escola Formare. Mantida pela empresa Insolo Agroindustrial S/A, a escola tem o objetivo de desenvolver a potencialidade de jovens da região, capacitando-os para o mercado de trabalho na área agrícola, sendo um exemplo de cidadania com ações no presente e foco no futuro.
O projeto atende jovens de 17 a 19 anos, do ensino médio, que recebem o benefício de uma bolsa-auxílio, plano de saúde, seguro de vida, e ao término do curso, certificado profissionalizante reconhecido pelo MEC (Ministério da Educação). Ao longo dos anos, a Escola já profissionalizou mais de 70 adolescentes.
No mês de fevereiro, Baixa Grande celebrou a formatura de mais uma turma da Escola, e a primeira com mulheres. A capacitação profissional em Assistente Técnico em Operações Agrícolas e Mecanização trouxe mais oportunidades de geração de renda e empregabilidade em toda região, além da possibilidade de realização de novos sonhos para os alunos.
Como o Eduardo Nobre de Medeiros, de 17 anos, que está de malas prontas para Palmas, onde irá cursar Engenharia Ambiental, na Universidade Federal do Tocantins (UFT). “Eu ouvia falar do projeto, mas não tinha ideia de como poderia mudar minha vida. O curso deu uma guinada em todas as áreas para mim. Passei a buscar mais meus objetivos e perceber como funciona o mundo profissional. Por isso, decidi procurar uma formação superior na área de agricultura e foi na escola que comecei a ter um amor por essa área. Fui aprovado no Enem, na UFT, e com certeza foi lá dentro que eu percebi que podia ser diferente a realidade que eu vivia, lá eu vi que podia ir mais longe”, comemora o estudante.
Quem também colhe os bons frutos após o curso é a Leticia Ferreira do Nascimento, de 18 anos, que já está estagiando em uma empresa da cidade. “Conheci a escola através de amigos que já estudaram lá. Achei ótimo, a parte ruim é que acaba muito rápido. Já consegui um estágio e estou aguardando ser contratada, isso graças ao Formare. Depois que passei a estudar lá, mudou tudo”.
Sobre colocar a mão na massa nas aulas práticas, ela conta que tirou de letra. “É difícil aparecer uma coisa nessa área para mulheres. Por isso, eu aproveitei cada aula e não tive dificuldade nenhuma com a prática na fazenda, não fiquei com medo ou receio de operar as máquinas e no final deu tudo certo”, afirma.
A mãe da Letícia, a dona Ana Maria Ferreira do Nascimento, comemorou a aceitação das meninas no projeto e a transformação na vida da filha. “Antes era só com meninos e graças a Deus abriram também para meninas. A Letícia mudou em tudo depois de entrar na escola. Aumentou o interesse para trabalhar e para estudar. Sem falar que o auxílio ajudou bastante na renda da casa e continua ajudando após a formatura, com o estágio que ela já conseguiu”, comentou.
Voluntários que fazem a diferença
As aulas na Escola Formare, tanto teóricas, quanto práticas, são ministradas por Educadores Voluntários, a grande maioria empregados da Insolo e alguns de empresas parceiras da região. A empresa ainda é responsável por toda a estrutura das aulas práticas, que são realizadas na unidade IPE Agroindustrial Ltda, da Insolo, localizada a 75 km de Baixa Grande do Ribeiro.
O coordenador do projeto, Cristiano Weidle, fala que a dedicação dos quase 30 educadores foi fundamental na formação desses jovens. “Os educadores tiveram o compromisso de contribuir para o desenvolvimento educacional e profissional desses jovens talentos da nossa comunidade. Todos com muita a alegria e disposição doaram seu tempo e conhecimento para engrandecer a vida profissional dos alunos. Sem esses voluntários, esse projeto não seria possível”, agradeceu o coordenador acrescentando que esse foi apenas o primeiro passo nessa nova jornada.
“Todos demonstram uma sede insaciável de conhecimento e acima de tudo que são capazes de superar obstáculos e enfrentar desafios. Cada aluno tinha um potencial, o que a gente fez foi desenvolver. O primeiro degrau foi superado a partir de agora é com eles”, acrescenta.
Ineu Alberto Schoenberger Jr, Superintendente Operacional da Insolo, falou do diferencial desses jovens no mercado de trabalho e finalizou com um precioso conselho. “São jovens privilegiados e que nesse período aprenderam um pouco do dia a dia dentro de uma grande empresa agrícola. Poucas pessoas têm o privilégio de ter esse acesso e por isso são jovens que chegam ao mercado com um diferencial. Meu conselho é que quem conseguir continue estudando e trilhando a carreira para qual eles foram preparados”, finalizou.