Luiz Henrique Mandetta, após anunciar sua demissão do cargo de ministro da Saúde, afirmou hoje que a conversa com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi amistosa. Os dois se reuniram nesta tarde no Palácio do Planalto, onde foi acertada a saída de Mandetta. Pouco depois, o médico anunciou a demissão pelo Twitter e concedeu entrevista coletiva para detalhar a situação. As informações são do UOL.
"Agradeço muito ao presidente. Foi uma conversa amistosa, agradável, embora o que eu posso entregar agora sobre a condução do ministério... É melhor que ele organize a equipe que possa construir outro olhar e que isso possa ser feito com base na ciência. Sei do peso da responsabilidade dele, do peso de cuidar da economia. O presidente é extremamente humanista e pensa também nesse momento todo pós-corona", afirmou Mandetta.
O médico e o presidente protagonizaram diversos embates sobre como lidar com a pandemia de coronavírus no país. Defensor do isolamento social, Mandetta elogiou novamente prefeitos e governadores pela adoção das medidas no combate à covid-19 e pediu que a população confie em instâncias superiores no presente momento.
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"Não pensem que estamos livres do pico dessa doença. O sistema de saúde ainda não está preparado para uma marcha acelerada. Sigam as orientações das pessoas mais próximas que estão em contato mais próximo com os problemas: prefeitos, governadores e Ministério da Saúde", declarou.
Mandetta não abriu espaço para as perguntas dos jornalistas e ainda brincou com os presentes que não divulgaria hoje "análises da cloroquina". Ele também reiterou a defesa ao SUS (Sistema Único de Saúde) e repetiu que a pasta deve se guiar pela ciência. "A vida de uma pessoa na cracolândia tem o mesmo significado quando compete em CTI com o homem mais rico desse país", acrescentou ele.
O agora ex-ministro também agradeceu aos servidores que atuaram com ele na pasta e pediu que auxiliem a nova equipe no processo de transição. Ele mencionou diversos secretários e assessores que deixarão os respectivos cargos e elogiou os secretários Wanderson de Oliveira (secretário de Vigilância em Saúde) e João Gabbardo (secretário-executivo do Ministério da Saúde), que estiveram ao seu lado durante as entrevistas coletivas.
"Estamos começando o século 21 e com ele, muitas verdades que eram absolutas virarão pó. O modo de viver será diferente", disse ele, após declarar que a batalha contra o vírus está "só no começo". Mandetta será sucedido pelo oncologista Nelson Teich, que se pronunciou já nesta tarde após anúncio oficial feito pelo presidente.