A passeata que começou no fim do enterro do dançarino Douglas Rafael Pereira, o DG, do programa "Esquenta!", da TV Globo, teve um princípio de confusão em Copacabana, por volta das 16h30 desta quinta-feira (24). Um menor foi detido e encaminhado para 13ª DP (Copacabana).
A Polícia Militar usou spray de pimenta e lançou bombas de efeito moral (com ação principal no barulho de sua explosão), segundo o comandante do 19º BPM, para conter tumulto na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, uma das principais do bairro, que ficou interditada das 16h20 às 17h. Há informações de que a polícia também usou bomba de gás lacrimongêneo (provoca desconforto nos olhos e causa lágrimas e irritação na garganta). Manifestantes teriam jogado pedras em PMs e ordenado o fechamento do comércio.
De acordo com a assessoria do Batalhão de Choque da Polícia Militar, militares da unidade estavam no Pavão-Pavãozinho para reforçar o policiamento na manifestação por volta das 18h50. O Centro de Operações da Prefeitura informou que, das 17h30, o Túnel Sá Freire Alvim e a Rua Barata Ribeiro foram interditados, por 10 minutos. O trânsito foi desviado para a Rua Miguel Lemos, em Copacabana.
O clima ficou muito tenso no local, onde na terça-feira (22) outro protesto teve quebra-quebra e a morte de um homem. A Polícia Civil solicitou a presença de um veículo blindado no local.
Antes do enterro, um grupo formado por mais de 100 pessoas, liderado por dezenas de motociclistas, chegou à frente do Cemitério São João Batista, em Botafogo, para homenagear o dançarino e protestar contra a política de pacificação de favelas.
Regina Casé
A apresentadora do programa "Esquenta!", Regina Casé, foi ao enterro se despedir do dançarino. Ela entrou em meio a um tumulto e ficou muito emocionada. "Se fosse uma pessoa que eu nunca vi na vida, que eu não conhecesse, eu ficaria chocada de qualquer maneira", disse a apresentadora, muito emocionada, e lembrando que, em quatro anos de programa com participação de DG, ele se mostrou sempre pontual e dedicado. "Era um excelente profissional, todas as crianças amam, muito criativo."
Uma chuva forte caiu por volta das 14h30, mas não esfriou os ânimos da manifestação. "Não vai ter Copa" foi o primeiro grito que se ouviu quando o grupo se aproximava da saída do Túnel Velho. Em seguida, as palavras de ordem exigiam o fim da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que era chamada de "assassina". Os manifestantes foram aplaudidos por quem já estava no velório do dançarino.
A mãe de DG, Maria de Fátima Silva, disse que não gostaria da presença de policiais no enterro de seu filho. "Eu não quero eles aqui. Aqui estão os amigos do meu filho, que vieram se despedir dele. Não tem bandido aqui. Eles não têm que estar aqui", dizia ela ao perceber a intensa movimentação policial que se formou após a chegada do grupo que saiu a pé da comunidade Pavão-Pavãozinho para protestar. Durante toda a manhã não havia policiamento nos arredores do cemitério.
Reforço
O policiamento continuava reforçado na manhã desta quinta-feira, nas proximidades do Morro Pavão-Pavãozinho, após o protesto violento da terça (22), quando foi achado o corpo do dançarino.