O Tribunal de Justiça do Piauí confirmou hoje pela manhã a união de quatro casais do mesmo sexo. Foi o primeiro caso registrado no Piauí, o já chamado casamento gay. ?É considerado uma grande conquista, haja vista que outros quatro Estados do país já davam esse direito ao casamento das pessoas homoafetivas. O Grupo Matizes celebra com grande alegria o primeiro casamento gay do Estado do Piauí?, declara a militante.
Uniram-se hoje pela manhã perante a lei: Jenifer Torres e Natália Soares, Cleidiane Sousa e Sandra Marques. ?É muito importante porque a gente está abrindo uma porta para os nossos direitos e fechando uma porta para os preconceitos. Esse momento signfica para mim, é histórico porque virão outros casais?, afirma uma das noivas.
Também se uniram perante a lei Maria de Lurdes e Rosângela Feitosa. ?É um momento muito lindo, eu gostaria que todas as pessoas que tivessem a mesma opção sexual se manifestassem e não tivessem vergonha de enfrentar e ver que a realidade hoje é que nós vivemos em uma sociedade livre, onde todo mundo possa conviver. Para mim é muito ótimo, a gente já convive há 5 anos e hoje só estamos oficializando o que a gente sente uma pela outra?, declara uma das parceiras.
?Eu já me sentia casada independente de papel, de qualquer coisa e de documentos. É uma coisa boa para mostrar que a gente é igual, tá na hora das pessoas se conscientizarem e deixarem de preconceito e perseguição. Porque a gente é muito perseguidos?, conta.
Virgínia e Alessandra formam o quarto casal. Para a juíza Zilmar Barbosa, que realizou a união o que aconteceu foi pautado no respeito às pessoas e no cumprimento da Lei. ?É uma demonstração puramente de cumprir com o meu dever. A Lei diz que tem que ser feito, então eu vou cumprir com o meu dever e na linha da legalidade eu apoio o ponto de vista delas porque é o dever de cada um de nós e os meios de comunicação tem um papel fundamental no sentido de divulgar que o comportamento das pessoas realmente tem que respeitar o ponte de vista de cada um?, declara a juíza.
O autor do provimento nº 24, desembargador Paes Landim, destacou a importância do que ele classificou como respeito à Lei e também à dignidade humana.
?É um marco na verdade, não só na vida pessoal dessas pessoas que hoje se casam, mas também é um marco cultural da sociedade e para a Corregedoria é um marco institucional. Passa, portanto, a compor a história da Corregedoria do Piauí e de poucas corregedorias gerais do país. As pessoas do mesmo sexo tem direito á união estável, tem direito ao casamento civil e a conversão da união estável em casamento civil?, finaliza o desembargador.
Fotos: José Alves Filho