Quatro meses após tragédia, moradores ainda aguardam receber casas

Prefeito Firmino Filho comenta situação dessas pessoas.

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A lama que atingiu a região do Parque Rodoviário, zona Sul de Teresina, deixou mortos, destruiu várias casas e muitos moradores continuam enfrentando dificuldades. As pessoas que ficaram sem nada foram destinadas ao Aluguel Solidário, com a taxa de R$ 300 mensais, mas elas ainda não têm previsão de quando vão receber suas casas. 

As obras estão em andamento em parte de casas destruídas, mais distanciadas de onde ocorreu o rompimento. Já as mais atingidas, em que sobraram apenas entulho, não vão ser erguidas. Os moradores que ali viviam serão realocados para um terreno ao lado do local que desencadeou o desastre. No entanto, os     habitantes do Parque Rodoviário reclamam da demora. 

Crédito: José Alves Filho

Parte da lama atingiu o quintal da moradora Vânia Silva e abalou a estrutura da casa. 

Vânia alega que a única informação que recebeu, indiretamente, foi sobre o reparo de algumas casas destruídas, entre elas, a sua. “Falei apenas com o encarregado de obras e não com o engenheiro responsável pelo cadastro de reparo das casas. Eles nunca chegaram até a minha, para consertar o local”, disse.

Moradores de todo o bairro realizaram um protesto semana passada para cobrar respostas sobre as ações da SDU Sul. Maria Raimunda Mendes esteve na manifestação exigindo um laudo criminal, já que havia se passado mais de 120 dias. Na tarde seguinte, esse laudo chegou ao Ministério Público, mas ainda não foi repassado à população.

“Paulo Lopes, superintendente, não nos diz o que está acontecendo, apenas que vão construir as casas e que o terreno já foi desapropriado. Só vão fazer as casas dos que perderam tudo depois que terminarem as pequenas reformas”, disse Raimunda.

“A nossa próxima manifestação será a respeito disso, porque nós vamos ter que esperar dois ou três anos para ter nossa casa de volta? A prefeitura não tem condições de pagar uma nova empresa para ir começando logo o andamento do terreno novo para as casas e vamos continuar pagando aluguel”, conta Raimunda.

Diante disso, quando um cidadão faz parte do Aluguel Solidário, ele tem direito a uma cesta básica e, segundo a moradora, existem pessoas com direito atrasado e até mesmo sem receber os alimentos.  

“O povo quer saber cadê a ajuda que os deputados prometeram para a gente e se eles vão lembrar na próxima campanha”, expressa.

Crédito: José Alves Filho

Novas casas serão construídas no Clube da Telemar

O prefeito Firmino Filho comentou sobre esse problema da construção de casa em outro terreno, que não pode ficar muito próximo ao local que causou o desastre. 

“A prefeitura está desapropriando o local, que era o clube da Telemar, para fazer o reassentamento dessas famílias. Enquanto isso, elas vão continuar recebendo o Aluguel Solidário. Semana passada nós estivemos em Brasília, justamente para conseguir recursos para a construção desse pequeno conjunto habitacional que vai abrigar essas pessoas, que não poderão continuar em área de risco”, informou o prefeito.

O acidente aconteceu no terreno do antigo clube da Telemar. E, segundo informações do prefeito, as investigações estão em andamento para averiguar a origem do problema. Até agora, a hipótese mais aceita é que houve uma construção de uma rua privada na década de 70, e como havia muitos bueiros, ao longo do tempo, eles foram entupidos. 

“Aparentemente, a questão foi relacionada à não manutenção da rua privada dentro do clube. É um processo que está sendo investigado e a gente espera que efetivamente chegue até o final”, disse Firmino Filho. (A.S.)

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