Em um ano onde muito se falou da política brasileira de saúde do homem, alertar sobre o câncer de próstata é uma tarefa que tem que ser constante. E, como todo fim de ano, quando muitos pacientes fazem seus exames de rotina, a próstata não pode ser deixada de lado e tem que passar pelas mãos de bons profissionais, desde o atendimento ambulatorial até a hora do diagnóstico por imagem.
Como alerta o doutor em Radiologia piauiense Gérson Prado, vários exames fazem parte da procura por alterações na próstata do homem, principalmente após os 50 anos. ?Em alguns casos onde a suspeita é maior, é preciso inclusive realizar uma biópsia dos tecidos para que se possa comprovar ou descartar qualquer sinal de células malignas?, explica o médico.
Ele comenta sobre os principais exames de rotina feitos pelo homem nessa fase da vida. ?Após cuidadosa coleta de dados clínicos e de história familiar, pode ser realizado um exame de polpa digital (toque retal), um exame de sangue para detectar o nível do antígeno próstático específico (PSA). Podem ainda ser solicitados um ultrasson transretal, quando uma sonda é colocada para checar alterações visíveis na próstata, além da biópsia transretal propriamente dita. Essa última é um pouco mais incômoda, mas eficaz para a retirada de fragmentos que um patologista vai avaliar?, diz Gérson.
Mas não somente o câncer pode ser detectado. Um aumento do tamanho da próstata, conhecido como Hiperplasia Prostática Benigna, também incomoda alguns homens, apesar de não ser tão prejudicial quanto o câncer. O médico explica que exames radiológicos também são imprescindíveis na hora de detectar e acompanhar o crescimento benigno da próstata. ?Uma próstata saudável tem o tamanho relativo de uma noz. Se a próstata cresce muito, ela termina por apertar o canal uretral, podendo resultar em redução ou interrupção do fluxo da urina em direção ao pênis. A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) é o resultado de um crescimento benigno da próstata. A HPB não é câncer, muito embora o seu crescimento exagerado possa levar a estreitamento do canal da urina com resultante sintomatologia para o paciente?.
Mas segundo alerta o médico, muitos homens ainda temem a simples consulta ao especialista, no caso o urologista, e consequentemente também ficam temerosos com relação aos exames. ?Eles ainda têm algumas dúvidas e receios, mas é importante que se conscientizem da importância do acompanhamento médico?, diz Gérson Prado.
Ele desmistifica ainda sobre os exames de imagem solicitados nesses casos. Segundo o doutor, para o US transrretal não há a menor necessidade de sedação. Já para a biópsia, alguns pacientes toleram sedação superficial, com bloqueio local e somente em alguns raros casos utiliza-se a sedação mais profunda, com médicos anestesistas em sala. Todo o procedimento não deve durar mais que 30 minutos.