Raiva mata homem no Piauí; macacos são principais transmissores no Estado

O caso de raiva aconteceu em Parnaíba, quando um homem foi mordido por um sagui contaminado que ele capturou para vender

SAGUI | O animal é um dos animais silvestres que pode transmitir raiva | Reprodução
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Após alguns anos sem registrar casos de morte provocadas pela raiva em humanos, foi confirmado no Piauí primeiro caso de morte causada pela doença. A vítima foi um homem de 32 anos, da cidade de Parnaíba, que veio a óbito no mês passado.

Desde 2010, até os primeiros meses de 1013, além da morte, nove casos da doença foram notificados e um foi confirmado, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi).

O homem foi mordido no dedo da mão por um sagui. Ele procurou atendimento antirrábico somente cerca de 20 dias após a mordedura, já com sinais de dor e paralisia no braço direito, agravando-se dias depois para um quadro neurológico irreversível. A vítima tinha o hábito de capturar os animais para amansá-los e depois vender como animal de estimação para as pessoas da cidade.

O analista ambiental do setor de triagem do Ibama, Fabiano Barbosa, afirma que essa prática de capturar animais para vender é muito comum principalmente no interior do estado e esse ato leva muito perigo à população, pois não há um controle e há pouco conhecimento sobre a raiva transmitida por animais silvestres.

O caso de morte comprova que o vírus da doença é circulante entre os animais silvestres da região e os cuidados devem ser redobrados para evitar que mais casos da doença sejam registrados.

?Nós temos um maior controle sobre o comportamento da doença transmitida por cães e gatos, já temos inclusive vacinas para prevenir a doença nesses animais. Já no caso dos animais silvestres é mais complicado. Não temos muita informação sobre o tipo de raiva transmitida por eles e isso acaba tornando ainda mais graves os casos de transmissão para humanos.

Por isso, nós aconselhamos as pessoas a não capturarem esses animais e nem comprá-los nas feiras, pois o risco é enorme?, alertou. Além dos riscos à saúde, essa prática é ilegal, segundo a legislação brasileira.

Só nos anos de 2010 e 2011, dados do Ibama mostram que 424 pessoas buscaram atendimento antirrábico em hospitais do Piauí, após serem agredidas por morcegos, raposas e primatas, animais silvestres nos quais o vírus da raiva é mais comum. Fabiano alerta que além da raiva, há ainda cerca de 150 zoonoses transmitidas por animais silvestres: aves, mamíferos e répteis.

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