O defensor público Afonso Lima da Cruz Júnior, titular da 4ª Defensoria Pública da Infância e Juventude, acompanhou presencialmente todo o processo decorrente da rebelião ocorrida no Centro Educacional Masculino (CEM) a partir de 1h desta quarta-feira (14). No local estavam internos 100 menores, dos quais 44 conseguiram inicialmente fugir.
Após 8 horas de enfrentamento, a rebelião foi encerrada e feita a transferência de 25 adolescentes para o Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP).
Afonso Júnior destaca que tão logo tomou conhecimento do fato se deslocou até o CEM, tendo por objetivo acalmar os ânimos e resguardar a integridade física dos adolescentes internos, contudo, somente por volta das 7h40 foi possível entrar na Unidade, com o acompanhamento inicial do Gerenciamento de Crises e posteriormente do Bope.
O Defensor destaca que ainda não foi possível identificar a causa da rebelião, que resultou em dois internos com integridade física lesionada e deixou muitos danos materiais irreparáveis à Unidade, destaca ainda que três dos 44 internos evadidos do CEM, já foram recapturados.
Afonso Júnior ressalta o papel desempenhado pela Defensoria e também a necessidade do fato ser tratado com toda a transparência necessária, o que evitará a circulação de informações distorcidas. “Asseguramos que não ocorreu troca de tiros entre o Bope e os internos e que o comando do Bope adentrou ao espaço de forma pacífica, já estando o conflito nesse momento findado", diz o defensor.
"Em relação aos tiros que ocorreram, pelas informações que temos, foram na verdade decorrentes de perseguição feita pela Guarda Municipal a alguns adolescentes que no ato da fuga cometeram um assalto e foram perseguidos, sendo os mencionados tiros efetuadas pela Guarda com o intuito de apreender os adolescentes em questão", diz.
"Acreditamos ser fundamental esse esclarecimento para que a população possa estar ciente da forma correta como se deram os fatos e aproveitamos para reafirmar que, presente ao local, a Defensoria Pública jamais concordaria com qualquer tipo de prática que colocasse em risco a vida tanto dos adolescentes como dos agentes e policiais envolvidos. Continuaremos no CEM averiguando os fatos e garantindo a preservação dos direitos dos envolvidos”, afirma o Defensor Público, que permaneceu no CEM até ser concluída a transferência dos internos para o CEIP.