A Rede Meio Norte, do Piauí, é hoje a Rede Meio Norte do Brasil. Isso porque o sinal da rede de televisão 100% piauiense chega em canal aberto para 7 Estados brasileiros, além da retransmissão em 18 dos 27 através de canais de TV fechados.
A identidade regional mostra força em um contexto ‘local’, onde o conteúdo marcado pela cultura e os costumes de um povo é replicado em nível nacional, com uma linguagem democrática e acessível.
A verdade é que a Rede Meio Norte nasceu de um projeto ousado, que transformou a forma de entender a comunicação no Piauí. Uma quebra de paradigmas que mostrou que uma empresa piauiense teria a força de construir uma cadeia de transmissão grandiosa e imponente como existe hoje.
Tendência
Para José Osmando de Araújo, diretor de jornalismo do Grupo Meio Norte, o ponto principal dessa história é a visão empresarial de dar ao Nordeste meios de comunicação que expressam uma tendência que surgiu no mundo todo: o de regionalizar.
"Sobretudo televisão. Isso interrompeu um ciclo histórico de grandes redes no Brasil e Estados Unidos, além de todo o mundo", considera.
Quem conhece a história da televisão brasileira sabe da predominância das grandes redes, que influenciaram de maneira plena a cultura, os costumes e tradições.
"Nem sempre isso reconhecia os valores regionais. O fato primordial é valorizar os aspectos regionais e dar às pessoas o direito à comunicação", acrescenta.
Para José Osmando, a Rede Meio Norte cumpre um papel importante para os piauienses.
"Quando o Paulo Guimarães pensou nisso, ele teve uma enorme inspiração no sentido de regionalizar. É irreversível. Grandes redes nacionais continuarão existindo, mas cada vez mais vão surgir redes regionais. Existe a necessidade e proposta de que assim seja. A Rede Meio Norte surge com êxito e vai continuar exitosa, fortalecendo a comunicação regional. Nesse sentido, é um sucesso absoluto", aponta.
Do Piauí para o mundo
A Rede Meio Norte está em canal aberto nos Estados do Piauí, Maranhão, Pará, Tocantins, Acre, Rondônia e Roraima. Além de retransmissão em São Paulo, Piauí, Maranhão, Tocantins, Acre, Rondônia, Roraima, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Paraná e Rio de Janeiro.
Regionalização
Para Wrias Moura, diretor da Rede Meio Norte, a regionalização mostra a força do Norte e Nordeste.
"Duas regiões que sempre viveram vinculadas, quando o assunto era comunicação, ao eixo Rio-São Paulo. Mas há 10 anos, uma rede de televisão do Piauí, o Estado com o segundo menor PIB do Brasil, resolveu ser independente em 100% da programação. Provamos que isso era possível, gerando uma tendência em outros Estados", considera.
Wrias afirma que o maior desafio foi construir uma programação com a identidade da região, além do volume de produção para a grade estar ocupada de segunda a segunda. "Nosso objetivo é ser regional no Norte e Nordeste, mas se surgir oportunidade vamos para todo o Brasil", avalia.
Colhendo frutos
Para Marcos Monturil, coordenador de jornalismo da Rede Meio Norte, o grupo hoje colhe bons frutos do que plantou há 10 anos.
"Hoje estamos nos firmando como uma televisão regional. Hoje encontramos uma linguagem universal, onde conversamos com todos os públicos, respeitando as particularidades de cada região. Somos uma tv popular, com um forte cross media", aponta.
A Meio Norte criou uma tendência. "As emissoras que possuem afiliadas têm 50 anos ou mais. Mas a Meio Norte fez isso com 10 anos de regionalização. Essa emissora regional fez com que tivesse uma grade própria de quando acorda até a hora de dormir. São 40 programas feitos por profissionais locais", finaliza João Henrique, coordenador de rede da Rede Meio Norte.