Reforma de hospital coloca saúde de pacientes em risco

O forte odor de cal e cimento fresco aliena os pacientes e na última segunda-feira um curto-circuito aconteceu na sala de medicamentos, obrigando o isolamento do posto - que voltou a funcionar no dia

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A Unidade de Saúde do bairro Angelim, na zona Sul de Teresina, passa por reforma e ampliação de suas dependências. Ainda assim, continua atendendo normalmente a comunidade da região. Uma atitude louvável, se não colocasse a saúde dos pacientes em risco. Por causa da obra, toda a unidade está coberta de poeira, alguns recintos do prédio estão tomados por goteira e água se acumula em poças dentro do local. O forte odor de cal e cimento fresco aliena os pacientes e na última segunda-feira um curto-circuito aconteceu na sala de medicamentos, obrigando o isolamento do posto - que voltou a funcionar no dia seguinte.

Caminhar pelas dependências do posto de saúde do Angelim é uma experiência inusitada e ao mesmo tempo assustadora. As divisórias de alguns cômodos são feitas por placas de metal, a névoa de poeira está presente em todo lugar, o forte odor de cimento fresco e cal se fazem presentes e um dos consultórios apresenta goteira no mesmo local da lâmpada que ilumina a sala de atendimento. Funcionários se assustam e pacientes se indignam com a situação, mas ainda assim o centro de saúde funciona normalmente sem interrupções, inclusive oferecendo serviços de odontologia. A diretora da unidade de saúde não se encontrava no local para prestar esclarecimentos.

Com tanta poeira, barulho e desconforto, os pacientes saem prejudicados o atendimento de algumas modalidades está suspenso. A feitura e manutenção de curativos está suspensa porque não há nenhum lugar limpo no posto de saúde. A aplicação de injeção também está suspensa, pois o método é altamente invasivo e apresenta grandes chances de infecção. "Estamos aplicando apenas anticoncepcionais por demanda popular, mas ainda assim alertamos que não é seguro por causa da obra", afirma uma enfermeira. O centro também não está realizando aplicação e retirada de pontos dado o alto potencial de infecção. Por causa disso, a população precisa migrar para hospitais mais distantes, como nos bairros Promorar e Parque Piauí.

Mesmo apresentando riscos aos pacientes, o atendimento médico e odontológico do local continua funcionando normalmente a pedido da população. Em nota técnica, a Fundação Municipal de Saúde informa que a gerência da unidade de saúde e líderes comunitários locais reuniram-se e decidiram manter o atendimento no local, mesmo com a reforma. Mas tudo está transcorrendo normalmente.

Ainda segundo a FMS, apenas a parte administrativa da Unidade Básica do Angelim está isolada para a reforma, os consultórios estão funcionando normalmente sem prejuízo à população ou aos funcionários. A reforma e ampliação seguem os padrões do Ministério da Saúde, que agora exige requisitos básicos para todas as Unidades Básicas de Saúde do país, que devem ser mais amplas e proporcionarem acessibilidade às pessoas com necessidades especiais.

Repórter: Olegário Borges

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