Os permissionários do Mercado Central de Teresina, localizado no centro de Teresina, não estão nada satisfeitos com a estrutura oferecida no espaço. Dentre as reclamações, a falta de circulação de ar, o mau cheiro que vem do setor de carnes, a falta de um estacionamento para os clientes e a falta de segurança.
Mas a principal reclamação é a interminável reforma do mercado, que deveria ter sido entregue em julho deste ano e foi adiada apenas para o ano que vem, em uma data incerta.
Atualmente, o Mercado Central de Teresina concentra 862 permissionários, que trabalham nos setores de artesanato, alimentação e serviços. Segundo Paulo Barros, administrador do mercado, a reforma foi adiada por problemas que acabaram atrapalhando o cronograma de atividades.
“A reforma está continuando e, provavelmente, próximo ano deverá terminar. Era para ter sido entregue agora em julho deste ano, mas, como a estrutura daqui é muito velha, eles acharam outros problemas que acabaram por atrasar as obras”, explica.
A reforma trouxe os empecilhos de sempre, permissionários tiveram que ser mudados de lugar, além da quebradeira de paredes e muita poeira. “A reforma começou pelo espaço do artesanato, por isso eles foram transferidos lá de baixo para o andar de cima. Esse remanejamento vai acabar em janeiro”, diz Paulo Barros.
Mas quem não está nada satisfeito com essa situação são os permissionários. Para a artesã Marinalva Alves Freitas, mais conhecida por Nalvinha, as vendas de seu boxe despencaram em 80%: “Nem parece que é Natal”, pontua.
“Aqui falta tudo! Nosso artesanato deslumbra as pessoas, mas aqui falta espaço, mais ventilação, todo mundo fica aqui suado, e uma estrutura melhor e que, de fato, seja entregue para a gente. Há quanto tempo tem essa reforma. O cliente chega aqui e não sabe onde a gente está, o nosso setor está horrível”, avalia a permissionária.
Nalvinha também cobra uma segurança mais presente, pois muitos clientes e permissionários já foram assaltados dentro do Mercado Central em razão da falta de contingente patrulhando a área.
“Aqui está sem condições, ocorre muito assalto aqui dentro. Tem dois seguranças aqui, mas eles não dão conta de um mercado desse tamanho. Tem como evitar um assalto só com duas pessoas fazendo a segurança?”, reclama.
Falta de estacionamentos dificulta acesso ao local
Outra carência levantada pelos permissionários do Mercado Central de Teresina é a inexistência de um estacionamento para os clientes e também para que os permissionários possam transportar suas mercadorias para dentro dos boxes. Isso implica em multas, pois as pessoas acabam estacionando em locais indevidos para conseguir ter acesso ao mercado.
O permissionário Luiz Barbosa Soares, que trabalha há 37 anos vendendo cereais no local, explana sua revolta: "O principal, o que mais falta, é o estacionamento.
O freguês deixa o carro lá longe, e quando vai e volta pode ser assaltado. As pessoas, os clientes, não têm como encostar o carro aqui, e quando encosta vêm os "azulzinhos" e multam. E a gente fica sem poder fazer nada", explica.
Mercado Central não tem acessibilidade
O Mercado Central de Teresina peca em um aspecto crucial: a acessibilidade. A falta de rampas e o excesso de escadas e batentes impedem que deficientes e idosos possam frequentar o espaço com conforto.
Embora exista um elevador no prédio do estabelecimento, este não funciona já há algum tempo. E quem sofre são os vendedores, que também perdem esse público.
A falta de acessibilidade obriga os permissionários a darem "jeitinhos" para conseguir vender seus produtos: "Meus clientes ligam pedindo para eu deixar os produtos lá embaixo para eles porque aqui não tem um elevador para uma pessoa idosa.
Esse buraco aí que eles chamam de elevador está há um bom tempo sem funcionar, e quem se prejudica somos nós que vivemos disso aqui. Quem tem problema de coluna e sobe isso aí que eles chamam de escada chega aqui morrendo", afirma Nalvinha.
O administrador do mercado afirmou que não tem conhecimento do problema que deixou o elevador parado, mas garante que em breve a estrutura será consertada e vai passar a funcionar normalmente.
"O elevador vai funcionar. Era pra já terem consertado, mas não sei qual o problema que deu que ele continua quebrado. Mas garanto que daqui para janeiro ele já deve voltar a funcionar", garante Paulo Barros.
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