Pelo menos 847 pessoas já morreram na tragédia da região serrana do Rio de Janeiro, conforme números compilados pela Polícia Civil do Estado e pelas prefeituras das sete cidades mais atingidas. Desde o dia 11 até o final da tarde desta sexta-feira (28), foram 408 vítimas em Nova Friburgo, 344 em Teresópolis, 68 em Petrópolis (todas no distrito de Itaipava), 22 em Sumidouro, quatro em São José do Vale do Rio Preto e uma em Bom Jardim. Dos sete municípios em que foi decretada calamidade pública, apenas Areal não registrou mortes.
O número de desaparecidos em toda a região serrana, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), é de 470 pessoas registradas pelo Programa de Identificação de Vítimas (PIV). A iniciativa consolida as listas com informações registradas por parentes e amigos e checadas com os dados de hospitais e do IML (Instituto Médico Legal) de cada cidade. Algumas cidades, como Nova Friburgo e Teresópolis, passaram a adotar essa compilação para contabilizar os desaparecidos.
Já o total de desabrigados e desalojados em toda a região, conforme a secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (Sesdec-RJ), é de quase 30 mil.
Desaparecidos em Teresópolis
Nesta sexta, o delegado da Polícia Civil de Teresópolis, Nilton Pereira, afirmou que a maior parte das 235 pessoas registradas como desaparecidas até o momento no município deve estar morta.
?Existem muitos considerados desaparecidos que lamentavelmente são cadáveres", disse Pereira. Para ele, em muitos bairros onde a tragédia foi pior -- como Campo Grande, Caleme e Posse - ainda deve haver muitos corpos soterrados.
O delegado disse ainda que 39 corpos foram enterrados sem ter a identificação confirmada judicialmente, apenas com o testemunho de pessoas próximas, o que deverá ser ratificado por exames de DNA, a partir de materiais recolhidos. Sem isso, os dependentes não terão direito imediato a benefícios como pensão por morte ou seguro de vida.