Brasil e Reino Unido assinaram nesta sexta, dia 28, seis acordos para cooperação bilateral nas áreas econômica, educacional e cultural. Os atos ocorreram após reunião de trabalho, no Palácio do Planalto, entre a presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que está em visita oficial. De acordo com a governante brasileira, na área da Educação, os britânicos devem "acolher até 2014 10 mil bolsistas brasileiros dos níveis de graduação e pós-graduação".
No âmbito do Programa Ciência sem Fronteiras, foram assinados três acordos. Um deles é justamente o que amplia para 10 mil o número de estudantes brasileiros que serão beneficiados com bolsas para estudar no Reino Unido nos próximos anos. Outro acordo firma uma parceria entre Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e BG Group para o desenvolvimento de pesquisas por alunos de doutorado das duas universidades, com bolsas financiadas pelo grupo britânico. Já a Universidade de Brasília (UnB) e a British Petroleum (BP) também assinaram convênio com objetivo de desenvolver estudos e pesquisas na área de exploração de petróleo e gás, especificamente na Bacia do Rio Parnaíba.
Também nesta tarde, o ministro da Educação Aloizio Mercadante reuniu-se com o ministro britânico da Educação e da Ciência, David Willetts, para discutir novas possibilidades de parceria entre os dois países na área. Entre os assuntos abordados, além do programa Ciência sem Fronteiras, estavam a implantação de um museu de ciências no Brasil e a criação de uma universidade olímpica.
"Estamos interessados em aprofundar as relações com o Reino Unido, para avançar ainda mais nas áreas da educação, ciência, tecnologia e inovação", disse Mercadante. Segundo ele, um dos pontos da parceria é o intercâmbio de doutores por meio do Ciência sem Fronteiras - o Reino Unido é o segundo maior parceiro do Brasil em ciência e tecnologia, e os pesquisadores colaboram também nas áreas de espaço, mudanças climáticas, bioenergia e agricultura.
Hoje, 1.101 bolsistas brasileiros estão naquele país - 691 para graduação-sanduíche, 166 para doutorado-sanduíche, 75 para doutorado pleno e 169 para pós-doutorado. Mercadante lembrou que o MEC prepara o programa Inglês sem Fronteiras para capacitar em língua inglesa os candidatos a bolsas. "Esse é, de fato, um programa visionário", afirmou Willetts.
O Ministério da Educação e o Conselho Britânico anunciaram, em maio, parceria para dar a estudantes de baixa renda a chance de fazer exame de proficiência em língua inglesa, gratuitamente. A organização vai aplicar mais de 2 mil testes Ielts (International English Language Testing System) e 40 mil de nivelamento de inglês, além de doar livros preparatórios para bibliotecas de universidades brasileiras, oferecer palestras de treinamento e liberar gratuitamente, pela internet, materiais preparatórios para o exame.
Museu
No encontro, os representantes dos dois países também discutiram a implantação do Museu Brasileiro da Ciência, nos moldes do Science Museum, em Londres. Em julho deste ano, o governo brasileiro e o museu inglês firmaram parceria nas áreas de educação científica e tecnológica, capacitação e aperfeiçoamento de professores de ciências e desenvolvimento de material de apoio para o ensino da ciência.
Mercadante também citou, durante a reunião, a intenção de criar uma universidade olímpica, que pode aproveitar a infraestrutura dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Para o ministro, o Reino Unido também pode ser parceiro do Brasil na troca de experiências quanto ao uso pedagógico e de pesquisa da aparelhagem das olimpíadas. A ideia, segundo Mercadante, é que a universidade ofereça cursos nas áreas de ciências da saúde voltadas para o esporte e permita melhorar a preparação dos atletas brasileiros, bem como as pesquisas no setor.
É a primeira vez que David Cameron visita o Brasil. O chefe de Governo do Reino Unido subiu a rampa do Palácio do Planalto por volta de 14h30. Depois teve uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff, que durou mais de uma hora e meia.