Na semana passada eu falei aqui sobre dois modelos bastante icônicos da Chevrolet no Brasil: o Opala e a Caravan. Ambos se tornaram sucesso de público e crítica durante quase duas décadas e criaram muitas lembranças para centenas de brasileiros. Porém no finalzinho dos anos 70 uma reestilização era mais do que necessária, antes da chegada do lendário Opala Diplomata.
Por essa razão o ano de 1980 foi especial. Além da mudança da dianteira e painel uma nova versão, praticamente exclusiva pelo preço, chegava ao mercado. Com o Opala Diplomata a Chevrolet mirava alto, em políticos e empresários que buscavam algo mais luxuoso, dentro do padrão nacional, para o dia-a- dia.
O exemplar da matéria, particularmente, marca minha época favorita da versão. Entre 1985 e 1987 ele recebeu um estilo diferenciado, com as famosas rodas “ralinho”, o borrachão lateral e também o detalhe charmoso dos faróis bipartidos, com os auxiliares integrados ao conjunto, como os modelos europeus da época.
O modelo também é o máximo que o dinheiro podia comprar naquele ano, ou seja, equipado com câmbio automático de três velocidades. Vale lembrar que nos anos 80 esse tipo de transmissão era – ainda mais – cara e, o mais importante, não gozava do prestígio atual.
Começamos pelo interior. Os bancos de tecido são bem confortáveis e parecem preparados para uma longa viagem. O acabamento do teto também chama atenção, além dos vidros elétricos, item de luxo nos anos 80. Para fechar o pacote temos o toca-fitas, que não pode, em hipótese nenhuma, ser trocado por CD player.
Dirigir o clássico é algo bastante nostálgico. A tocada é prazerosa. O motor de 4,1 litros e 135 cv tem pouco mais de 30 kgfm de torque, algo mais do que suficiente para embalar o sedã com facilidade. De quebra, o ronco clássico é a trilha sonora do passeio, algo que a maioria das pessoas só ouvia de fora, quando o Diplomata ia embora pela estrada.
Devolvi o Opala Diplomata com alguns litros de combustível a menos e um sorriso no rosto. Durante a infância cresci andando em modelos da Volkswagen, mas apreciava os Opalas e Caravans. Na próxima semana vou falar de um modelo que teve uma vida difícil, especialmente por conta dos irmãos mais potentes: o Dodge Polara.