Está definido: a importação do Mégane RS começa no segundo semestre. Fontes ligadas à marca estimam preços entre R$ 130 mil e R$ 150 mil.
O cupê passava por estudos e clínicas no Brasil desde o ano passado, quando a Renault o exibiu para experimentação da imprensa especializada. Segundo apuração, sua apresentação deve acontecer oficialmente no Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro, junto com a reestilização do sedã Fluence -- ambos devem ser os destaques do estande da marca no evento.
IMPRESSÕES
Rodamos por mais de uma semana com uma unidade do modelo de testes por ruas de São Paulo (SP) e do interior do Estado -- em 2013, participou do evento restrito em um aeródromo, já que o carro não estava emplacado.
O desempenho empolgante que o cupê mostrou na pista de aviação não mudou. O Mégane RS utiliza um motor 2.0 turbo de 265 cv e 36,7 kgfm de torque, capaz de fazê-lo acelerar de 0 a 100 km/h em 6 segundos e atingir 254 km/h de máxima limitada eletronicamente.
Já o consumo de combustível... Segundo o próprio computador de bordo, o esportivo fez 3,2 km/litro de gasolina enquanto rodava na cidade e 5,8 km/l na estrada, sempre com o ar-condicionado ligado. Tudo bem, a sede ainda é justificável no caso de esportivos reais.
MAIS CARRO, MENOS PISTA
Apesar da pegada malvada, é possível notar bons modos da suspensão (McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira), que está mais macia e adaptada ao asfalto brasileiro, mesmo no modo mais esportivo de atuação da assistência eletrônica -- configurável por meio do computador de bordo. Ainda assim, a rolagem da carroceria é mínima -- ou seja, dá pra fazer curva de verdade a bordo deste cupê.
Quando preciso, os freios seguram muito (muito mesmo) o carro graças ao eficiente conjunto da Brembo.
Os bancos em formato de concha que equipavam os carros no último ano deram lugar a um assento maior, confortável e "civilizado". Ainda assim, há um toque esportivo, com grandes apoios laterais para segurar o motorista em manobras mais arrojadas. Quem dirige, ou pilota, também ganha o direito de ajustar seu banco com comandos elétricos -- o passageiro faz tudo por alavancas.
INTERIOR DE FLUENCE?
Donos do sedã médio da Renault vão reconhecer de cara a cabine do Mégane RS. Há alguns caprichos extras que não são oferecidos pelo Fluence, como a central de comandos atrás da manopla de câmbio, os detalhes em preto brilhante nos puxadores das portas e o friso vermelho que cobre toda a parte frontal do painel. De resto, é tudo muito familiar, "culpa" da padronização de linhas e peças.
O sistema de entretenimento com navegação por GPS integrada é bonitinho, lúdico até: nos mapas, a localização do carro é representada por um mini Mégane. Mas falta intuitividade nos comados e há dificuldades para conexão bluetooth -- nos testes, parte da equipe conseguiu parear o aparelho, parte ficou "muda".
Em suma, o carro tem acabamento honesto e pacote de equipamentos recheado, mas não para um carro de R$ 130 mil. A Renault terá de caprichar na publicidade e ressaltar a esportividade do cupê, não sua interatividade. Na comparação direta com o principal rival, o Mégane é bem mais forte e dinâmico que o Volkswagen Golf GTI, mas muito menos confortável e tecnológico.
Outra opção à marca francesa é destacar a beleza da carroceria, que literalmente fez o trânsito parar durante nosso passeio por São Paulo. Mas atenção: quando for lançado oficialmente, o Mégane RS deverá exibir a nova "family face", similar à do novo Fluence, Clio e de todo Renault fabricado atualmente. Malvado, mas sem abrir mão da identidade.