Daniel Cordeiro Leite, 32, e Rodrigo Fernando Aguiar, 29, foram condenados nesta sexta-feira (16), em sessão do júri no Fórum Gonçalves Chaves, em Montes Claros (a 420 km de Belo Horizonte), a penas individuais de 14 anos e oito meses de prisão em regime fechado.
Leite e Aguiar foram acusados de matar o casal Milton e Wanita Librelon, 70 e 69 respectivamente, e ferir os netos Andrey e Fredy e sua mulher, Andréia, em acidente decorrente de um "racha" no cruzamento de duas avenidas da cidade, na madrugada de 19 de dezembro de 2004.
Os cinco membros da família Librelon passavam pela via em um Santana quando foram atingidos violentamente por um Passat e um Renault, dirigidos por Leite e Aguiar.
As investigações concluíram que os veículos estavam "turbinados", que os dois dirigiam em alta velocidade e que disputavam um "racha". Os réus admitiram a alta velocidade, mas negaram o "racha". Os sete membros do Tribunal do Júri, porém, consideraram Leite e Aguiar culpados pela acusação de homicídio doloso.
A sessão de julgamento, iniciada na véspera, durou 22 horas e foi encerrada por volta da 1h. A defesa dos réus anunciou que vai recorrer da decisão. Os condenados, até a análise do recurso, poderão permanecer em liberdade.
"Rachas" em Montes Claros
Leite e Cordeiro haviam sido sentenciados pela morte do casal em junho do ano passado. Esse julgamento, porém, foi anulado pelo TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), que aceitou recurso da defesa dos réus, alegando "erro de inconsistência na votação dos jurados".
Andrey Librelon, neto do casal morto, diz que a ocorrência de "rachas" é comum em Montes Claros, inclusive com apostas.
"Montes Claros toda sabe que lá era ponto de racha, partindo da rotatória. No caso desse racha, soubemos até do valor do mesmo, coisa que não consta dos autos, mas que foi relatada pelas vítimas", disse. "Eu fui vítima e quase morri também. Estou aliviado com a condenação dos dois", afirmou.