Desde o início da retirada do represamento de plantas e possíveis resíduos da construtora responsável pela obra da ponte que liga o Mocambinho à Pedra Mole, já foram retiradas 600 caçambas de macrófitas (aguapés e canaranas), lixo orgânico e lixo doméstico.
A informação foi dada pelo superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Piauí - Ibama -, Manoel Borges, durante audiência pública realizada na manhã de ontem no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça. Na ocasião, nenhum membro da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam), que é responsável pela retirada de entulhos compareceu à audiência.
O Promotor de Justiça Régis de Moraes Marinho, que conduziu a audiência, disse que o procedimento foi instaurado após notícias veiculadas na mídia de que plantas e entulhos (possíveis resíduos de construção) estariam represando o rio.
Sobre a polêmica em relação ao assunto, o engenheiro da construtora, responsável pela obra da ponte, Paulo Borges, disse não houve lançamento de resíduos sólidos ou líquidos no leito do rio. ?Na construção são usados elementos pré moldados de concreto, um método limpo e que não gera entulhos?, falou.
Ibama, Semam e a Coordenadoria de Perícias e Pareceres Técnicos do Ministério Público, realizaram vistorias ao longo do rio. Numa delas, que aconteceu na primeira quinzena de fevereiro, Ibama e MP constataram uma grande área represada com material sólido, e que, por isso, o rio não possuía vazão.
O engenheiro civil do Ministério Público, Mateus Tajra, comentou que com os fatos observados in loco e no decorrer do rio, não há uma outra solução que não seja acabar com o esgoto.
?Deve ser feito algo emergencialmente para a retirada total das canaranas, aguapés e o barramento, mas isso não vai resolver. Todo ano será o mesmo problema?, frisou o engenheiro ao ressaltar que o esgoto doméstico de Teresina é usado como fertilizante para os aguapés e as canaranas.
A ação emergencial que está sendo realizada vem tendo várias dificuldades.
Segundo o superintendente do Ibama, o problema maior está relacionado com o acumulo de lixo doméstico e com árvores inteiras que dificultam o trabalho de retirada.
?Só para retirar um babaçu foram 40 minutos, sem falar que já foram encontrados geladeiras, fogões e restos de banheiros?, lamenta o superintendente ao acrescentar que é preciso que o cidadão tenha consciência ambiental e que é necessário que exista um programa social, que envolva a sociedade nesse trabalho.
?Tem que haver algo no sentido de preservação do rio, financiado mesmo pelo Ibama, Semam e pela Semar. Senão, ele vai continuar como agora, servindo como um lixão da cidade?, completa.
Neste momento, a intenção do Ibama é de zerar a mata verde que existe no local, e depois colocar mergulhadores para ver se existe algo dentro do rio.
?Mas essas são medidas paliativas, outras ações de saneamento devem ser feitas. A expectativa é de que o entulho saia do rio em 15 dias?, disse Manoel Borges ao finalizar que será marcada uma reunião com a Semam para que o serviço seja agilizado.