Um mês após o desaparecimento da aeronave que fazia voo MH370 da Malaysia Airlines, a agência australiana que coordena as buscas pelo avião anunciou, na manhã da terça-feira (8) (na noite nesta segunda no Brasil), que o veículo robótico usado nas buscas será enviado para as profundezas do Oceano Índico. Segundo as autoridades, a chance de encontrar qualquer indício do avião na superfície do oceano é cada vez menor.
O chefe da agência, Angus Houston, disse que a busca está em um estágio crítico porque as baterias do gravador da caixa-preta estão no fim ?ou já acabaram. O navio australiano que, no fim de semana, captou sinais consistentes com os da caixa-preta não registrou novos pulsos, disse Houston. "O farol de localização tem uma vida úlil de 30 dias, e esse tempo já passou. Como consequência, há uma chance de que esse farol localizador esteja prestes a parar de transmitir, ou já parou suas transmissões", disse ele à rádio da Australian Broadcasting Corp.
Houston disse que a chance de encontrar qualquer coisa na superfício do oceano já diminuiu consideravelmente por causa das fortes correntezas e de um ciclone que passou pela área na semana passada.
As gravações dos dados da cabine do piloto na caixa-preta pode providenciar respostas sobre o que aconteceu com o avião, que carregava 227 passageiros e 12 tripulantes quando desapareceu sem vestígios no dia 8 de março, enquanto voava na rota entre Kuala Lumpur, na Malásiax, e Pequim, na China.
Sinais captados
As autoridades ainda não descartaram que problemas mecânicos tenham provocado o desaparecimento do avião, mas afirmam que as evidências, incluindo a perda das comunicações, sugerem que foi uma ação deliberada. Um localizador da Marinha dos Estados Unidos, que tem coberto uma área de 1.680 quilômetros ao noroeste da cidade australiana de Perth, captou dois sinais de "ping" durante o fim de semana ?o primeiro por mais de duas horas, e o segundo por 13 minutos.
Segundo Houston, o navio australiano Ocean Shield ainda estava buscando o localizador desse sinal para tentar retomar o contato, mas a equipe de buscas decidiu enviar um veículo submarino autônomo chamado Bluefin-21 para varrer o chão do oceano em missões de 20 horas. O Bluefin usará um sonar na tentativa de encontrar o Boing 777, antes que os dados coletados sejam analisados a bordo do navio Ocean Shield.
Se algo fora do comum for encontrado, o sonar a bordo do veículo robótico será substituído com uma câmera para que a equipe tenha uma visão melhor. A área da busca está a cerca de 4,5 quilômetros de profundidade.
O ministro interino dos Transportes da Malásia, Hishammuddin Hussein, afirmou a repórteres em Kuala Lumpur que está "cuidadosamente esperançoso" de que os sinais captados possam levar a uma descoberta positiva.