Rompimento de uma adutora fere uma pessoa e mata outras quatro

Ele havia ficado preso em uma tubulação quando a adutora se rompeu novamente e acabou ingerindo muita água.

Bombeiros resgatam homem ferido em rompimento de adutora | Lucas Salomão/G1
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O operário que trabalhava na manhã desta quinta-feira (6) no conserto de uma adutora da Caesb que se rompeu na noite de quarta-feira morreu ao dar entrada no Hospital de Base de Brasília. Ele havia ficado preso em uma tubulação quando a adutora se rompeu novamente e acabou ingerindo muita água. Outras quatro pessoas continuam internadas.

Os bombeiros tentaram reanimá-lo por cerca de 15 minutos na EPTG antes de ele ser levado de helicóptero para o hospital. De acordo com o hospital, ele teve parada cardiopulmonar.

A adutora que se rompeu fica junto ao viaduto sobre a EPTG que dá acesso ao Jóquei. Na noite de quarta, o jato de água causado pelo rompimento da adutora atingiu 15 metros de altura.

O acidente ocorreu quando os técnicos da Caesb testavam os reparos na tubulação que havia se rompido na noite desta quarta. De acordo com a companhia, o serviço foi considerado encerrado às 9h.

A tubulação estourou quando o abastecimento de água foi retomado. O anel de uma vávula não suportou a pressão e causou o novo rompimento da rede. A Polícia Civil iniciou a perícia no local pouco antes das 11h.

O motorista Diego Pereira, que passava pelo local na hora do acidente para ir ao trabalho, disse que a situação ficou caótica. ?Eu vi. Era uma cachoeira, na verdade. Foi bem diferente da primeira vez, que esguichava para cima. Foi o caos?, afirmou.

Com o rompimento, o fornecimento de água no Guará I e II, Lúcio Costa, Superquadra Brasília e Setor de Chácaras foi novamente suspenso. O corte no fornecimento afeta cerca de 120 mil pessoas

Investigação e "erro"

O presidente da Caesb, Oto Silvério Guimarães, afirmou que vai abrir investigação interna para apurar as circunstâncias em que a adutora se rompeu pela segunda vez em 14 horas. Diferentemente da avaliação feita pela Defesa Civil, de que houve ?erro operacional?, Guimarães negou falta de cuidados por parte da companhia.

?Nós entendíamos que a adutora estava em completas condições de operação?, disse Guimarães. ?Todos os cuidados técnicos foram tomados para que não acontecesse nada, não se repetisse. Infelizmente aconteceu essa segunda fatalidade.?

Mais cedo, o subsecretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Bezerra, afirmou que as obras de reparo da adutora podem continuar normalmente. A autorização foi dada duas horas após a nova ruptura e poucos instantes depois da confirmação da morte do trabalhador.

?Estruturalmente não há risco nenhum. O viaduto aqui desabar, não há risco. Não há risco para trabalho?, afirmou.

De acordo com Bezerra, o acidente não ocorreu por um problema operação e, por isso, não será necessário interditar a região. ?A morte foi em risco de um acidente de trabalho, não tem correlação nenhuma com a estrutura. Foi em função de um erro operacional?, disse. ?Pode dar continuidade. A pressão da água não afetou a estrutura do viaduto.?

Trânsito

O fechamento de pistas da EPTG para os obras causou congestionamento em todas as vias de acesso ao Plano Piloto na manhã desta quinta. Às 10h30, o congestionamento na Estrutural era de oito quilômetros.

O Departamento de Estrada de Rodagem (DER) liberou a faixa exclusiva de ônibus para reduzir o impactio no trânsito. A liberação vale em toda a extensão da EPTG (12km), nos dois sentidos (Plano Piloto e Taguatinga), até as 23h59 desta quinta.

Pela manhã, o trajeto entre Taguatinga e o Plano Piloto, feito normalmente em 25 minutos, levava até uma hora e meia.

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