Desde fevereiro, Roraima tem enfrentado um aumento nos incêndios, atingindo 2.605 focos de calor até quarta-feira, quase 30% do total nacional, segundo o Inpe. Em Boa Vista, as noites são marcadas por nuvens de fumaça devido aos incêndios urbanos, rurais e de municípios vizinhos, afetando gravemente a qualidade do ar.
⚠️ PRINCIPAIS PROBLEMAS NO ESTADO
- Focos de calor: entre os 10 municípios do Brasil com maior focos de calor, oito são de Roraima - cinco deles estão em emergência pela estiagem (em amarelo no gráfico mais abaixo), reconhecida pelo governo federal.
- Seca severa: a estiagem é causada pela redução no volume de chuvas - um padrão característico do fenômeno El Niño para o período.
- Fogo para todo lado: em Amajari moradores relatam perdas de casas, produções agrícolas e animais. A cidade também tem a qualidade do ar péssima.
- Histórico: segundo pesquisador, estado enfrenta um dos três eventos climáticos mais críticos de sua história.
- Terra Yanomami: A Terra Indígena Yanomami, a maior do país, também está sob impacto do fogo, que se soma a outros problemas enfrentados pelos indígenas, como a malária e a desnutrição.
🔥 FOCOS DE CALOR
Em fevereiro, Roraima viu um aumento significativo nos focos de calor, com 2.001 registrados até quarta-feira (28), em comparação com os 604 de janeiro, conforme a Defesa Civil. A explosão dos incêndios começou por volta de 4 de fevereiro, intensificando-se durante o Carnaval, possivelmente devido à prática cultural de queimar áreas para limpeza, especialmente entre produtores da agricultura familiar.
O Greenpeace relacionou os incêndios florestais em Roraima a queimadas controladas autorizadas pelo governo estadual, com 55 licenças emitidas durante a seca severa. O governo afirmou ter revogado todas as autorizações para queimadas e está implementando a operação Verão Seguro. Esta inclui a contratação de 230 brigadistas e a perfuração de 50 novos poços artesianos.
SECA SEVERA
Desde setembro do ano passado, Roraima enfrenta o período seco, previsto até abril. Em janeiro, o cenário de incêndios piorou, levando a um parecer técnico da Defesa Civil recomendando a declaração de emergência em nove dos 15 municípios.
O nível do Rio Branco, essencial para o abastecimento de água em Boa Vista, diminuiu 10 centímetros em uma semana, atingindo -0,15 centímetros. O relatório destacou escassez de água, prejuízos na agricultura e pecuária, incêndios florestais e problemas de saúde como razões para o decreto de emergência.