Roubo a família de piauiense começou a ser planejado há 5 meses

Em depoimento, namorada de filha de casal carbonizado, afirma que primo falou sobre planos entre setembro e outubro de 2019

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Em uma das três versões que apresentou em depoimentos à polícia, Carina Ramos, 31 anos, afirmou que o assalto à casa da família encontrada carbonizada na madrugada do último dia 28, em São Bernardo do Campo (ABC), começou a ser planejado ao menos entre setembro e outubro do ano passado. Ela é namorada de Ana Flávia Menezes Gonçalves, 24, filha do casal morto e irmã do adolescente assassinado. As duas estão presas desde o dia 29, em celas separadas, suspeitas de participação no crime. As informações são do Agora SP.

Carina também afirmou neste depoimento, dado na sexta-feira passada (31), que a comerciante Flaviana Gonçalves, 40 anos, encontrada morta com o marido, Romuyuki Gonçalves, 43, e o filho Juan, 15, no porta-malas do carro da família, foi monitorada no ano passado.

Juliano Ramos Júnior, 22, primo da presa, é quem teria sido responsável por seguir os passos da vítima.

A suspeita deu três depoimentos contraditórios à polícia desde sua prisão. No do dia 31, ela negou qualquer envolvimento com o assalto. “Ele [o primo] falou: 'Vamos fazer um assalto, fazer uma grana'. Aí eu falei: 'Não, você está louco?'”, afirmou Carina na semana passada à Polícia Civil, segundo apurou a reportagem.

Ela acrescentou à polícia que não acreditou que o primo falava sério até o dia em que ele, com ao menos mais três suspeitos, entraram na casa das vítimas, na noite do último dia 27, no condomínio Morada Verde, em Santo André (ABC).

Ainda na semana passada, Carina afirmou à polícia que teria sido ameaçada pelo primo após o crime. “Ele falou que ia me matar, minhas filhas e minha avó. Ele falou assim: ‘Eu vou soltar vocês [Carina e Ana Flávia], mas, se você abrir a boca, eu volto e mato todo mundo”, afirmou a presa na ocasião.

Essa versão começou a mudar depois que Ramos Júnior foi preso e, em depoimento na segunda-feira (3), disse que as duas não só participaram do assalto como autorizaram o assassinato da família.

Na quarta (5), Carina e Ana Flávia confessaram envolvimento no planejamento do roubo, mas negaram ligação com as mortes, segundo o advogado da dupla, Lucas Domingos.

Contradições

Entre as contradições dos depoimentos, Ramos Júnior afirmou à polícia que foram Carina e Ana Flávia que disseram que a família guardava R$ 85 mil em um cofre na casa onde moravam. Foi aí, segundo relato dele, que o grupo decidiu arquitetar o assalto ao imóvel, com ajuda de outros comparsas.

De acordo com o relato de Ramos Júnior, Juan foi torturado, na frente do pai, para que Romuyuki revelasse a senha do cofre da casa, onde o bando acreditava que estava guardado o dinheiro.

Ainda segundo o suspeito, Romuyuki não sabia a senha. Por isso, aguardaram a chegada de Flaviana do trabalho, que teria dado a sequência numérica para que o cofre fosse aberto. Quando o bando viu que não havia dinheiro, sempre de acordo com o depoimento de Ramos Júnior, Ana Flávia e Carina teriam dado aval para que a família fosse morta, de olho em uma suposta herança.

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