Todo o processo de mapeamento começa com uma coleta de dados na rua, feita por geógrafos. ?Nesse trimestre rodamos 2 mil km por semana no Paraná?, diz Vitor Iamonti, da Navteq, empresa de localização digital. Eles se dividem em duplas: um dirige e o outro vai marcando os dados no laptop, usando um tablet.
?Coletamos 260 atributos por segmento de via.? Isso engloba o sentido da rua, velocidade e restrições, além de nome e número. Quando estão mapeando uma região pela primeira vez, partem de um mapa em branco, só com o traçado das ruas. As atualizações (quatro por ano) não são muito diferentes: ?Temos que coletar tudo de novo?. Assim, evita-se que os clientes se deparem com ruas que não existem mais. O trajeto é feito a 30 km/h, com a dupla passando seis horas por dia no carro e duas horas organizando e conferindo os dados coletados. O veículo traz uma antena que torna a localização extremamente precisa. E, no para-brisa, uma câmera capta todo o percurso para o caso de alguma dúvida.
?Usamos as fotos para checar informações de placas que passam muito rápido, por exemplo?, diz Iamonti. Os geógrafos também relacionam os pontos de interesse: restaurantes, bares, escolas, igrejas, parques e hotéis. ?E ainda listamos os pontos turísticos. Por isso, é importante fazer uma pesquisa prévia, além de conversar com os moradores, principalmente em cidades pequenas?, conta Julia Bellacosa, também geógrafa da empresa.
Alguns lugares são mais disputados. ?O pessoal quer ir para cidades novas, que não conhece ainda. Centros de cidades grandes e vias com muito movimento, como as Marginais em São Paulo, são menos concorridos. ?Não tem onde estacionar e precisamos procurar alternativas de horário. Uma vez fomos a campo às quatro horas da manhã?, explica Julia. Estradas de terra também são complicadas, pois a equipe fica refém do clima. Por fim, os condomínios pedem atenção. ?Temos que pedir autorização antes, e dizer que não é lugar de passagem?, afirma a geógrafa. Favelas geram o mesmo problema.