É só checar o rótulo que elas estão ali: as fibras! Indispensáveis para o funcionamento do organismo, as fibras são fundamentais para a saúde intestinal e ajudam a controlar os níveis de colesterol, glicose e insulina no sangue, o que colabora com a redução do risco de doenças cardiovasculares e diabetes. Também retardam a sensação de fome, uma vantagem para quem está de olho na balança.
Com todos esses benefícios, não é à toa que 49% dos consumidores se dizem dispostos a pagarem mais por alimentos com fibras em sua composição. O dado é de uma pesquisa realizada no Brasil pela Tate & Lyle.
Legumes, verduras, frutas e grãos são as fontes de fibras mais comuns, mas dá para encontrar opções nutritivas nas prateleiras do supermercado. “Para atender aos consumidores que priorizam uma alimentação balanceada, a indústria de alimentos tem desenvolvido produtos fortificados com fibras, uma estratégia que funciona tanto para reduzir açúcar e calorias das formulações, como para auxiliar o consumidor a ingerir mais fibras no dia a dia”, explica Renata Cassar, nutricionista.
“Na formulação de bolos, por exemplo, as fibras são responsáveis por manter a textura úmida e macia, além de repor os sólidos perdidos, como acontece no processo de redução de açúcares, complementa a especialista”, complementa a especialista.
As fibras adicionadas às formulações constam na lista de ingredientes, no rótulo dos produtos alimentícios. Com nomes técnicos, elas podem passar despercebidas e/ou causar estranhamento ao consumidor. Para que isso não ocorra, confira a lista de fibras mais utilizadas pela indústria de alimentos e saiba como escolher produtos que podem dar um up no consumo diário de fibras.
- Polidextrose: a polidextrose é empregada na fabricação de bebidas e alimentos de baixa caloria. Esta fibra é usada pela indústria alimentícia em estratégias de redução de açúcar e calorias e como solução para o enriquecimento e fortificação com fibras. Pode ser encontrada em uma gama de categorias, tais como: bebidas em geral, iogurtes, achocolatados, biscoitos, em produtos de panificação, como bolos e pães e até mesmo no leite em pó (que por determinação da legislação de alimentos, ao receber a adição de fibras, passa a ser denominado de composto lácteo). Como o nome não é familiar a muitos consumidores, essa fibra pode passar despercebida ou pode até mesmo ser confundida com outros macronutrientes. Por isso, inclua a polidextrose em seu vocabulário de fibras!
- Inulina: presente em vegetais como chicória, alho-poró e aspargo, a inulina é uma fibra com efeito probiótico, ou seja, ajuda na atividade metabólica das bactérias boas do intestino. Esta fibra é utilizada pela indústria na formulação de alimentos com baixo nível de calorias e de carboidratos e em produtos zero açúcar e/ou zero gordura, tais como biscoitos, pães, bolos, temperos, cereais, iogurtes, produtos lácteos, sorvetes e balas.
- Frutooligossacarideos (FOS): são fibras da família dos frutanos. Barras de cereais, biscoitos, bebidas lácteas e leites fermentados podem receber os FOS em suas formulações para fortificação e enriquecimento em fibras. Também está presente em produtos dietéticos, como sorvetes, balas, cremes vegetais, patês e sobremesas.
- Fibra solúvel de milho (maltodextrina resistente ou amido de milho resistente): a fibra solúvel de milho, denominada tecnicamente de amido de milho resistente, é uma fibra usada num amplo leque de preparações alimentícias, bebidas e condimentos, incluindo cereais, produtos cozidos, doces, produtos lácteos, alimentos congelados, sopas, molhos para salada, bebidas à base de frutas, bebidas carbonatadas, bebidas usadas como substitutos de refeições e água aromatizada. Além de ajudar a reduzir calorias e açúcar, é fonte de fibras para fortificação e enriquecimento.
Foco no rótulo
Para saber quanto de fibra tem um alimento, não tem fórmula mágica: é preciso checar o rótulo. A tabela nutricional detalha a quantidade de fibra alimentar em gramas por porção e a porcentagem que essa quantidade representa no valor diário (%VD) que um adulto saudável necessita. Segundo as normas da Anvisa, para ser considerado fonte de fibras o alimento precisa conter pelo menos 2,5 gramas por porção e 5 gramas por porção para ser rico em fibras.