Todo dia 1º de janeiro o mundo se une para comemorar o Dia da Confraternização Universal e grande parte do mundo comemora a chegada do Ano-Novo. É por esse motivo que nesse dia todos desejam uns aos outros muita paz, amor e prosperidade. Fazemos planos, começamos novos projetos, olhamos para frente e desenhamos metas a serem atingidas no decorrer do ano. Deixamos-nos envolver pelo calor das emoções que ficam mais afloradas neste dia e nos enchemos de esperança e determinação para começar um novo ciclo de vida. É um dia feito para reflexão, especialmente sobre o que de fato temos feito para que a harmonia e a paz sejam construídas.
Confraternização deve ser seguida de equilíbrio, afeto, interesse pelo outro e amor no coração. Neste dia nos enchemos de esperança de uma vida melhor e pedimos a Deus que nos envie seus anjos para colaborar para que tudo de bom nos aconteça. Mas muitas vezes esquecemos-nos de fazer nossa parte nesse processo.
Todo ser humano minimamente espiritualizado deve ter claro dentro de si a consciência de que um mundo melhor somente é construído através de atitudes individuais e de uma espécie de reeducação. Essa é a única maneira de nos dedicarmos à construção de um mundo de paz. Não falo em passeatas, manifestações públicas de pedido de paz, apesar de muitas vezes isso funcionar, mas falo de atitudes individuais que nos ajudem a atingir esse objetivo.
Tenho observado como o ser humano mudou nos últimos dez anos e infelizmente acredito que piorou muito sua qualidade humanitária. Isso é muito facilmente notado através da observação crítica quando estamos no trânsito, no supermercado, atravessando uma rua, em qualquer situação corriqueira que vivemos todos os dias.
Parece que ficamos cegos para a existência do outro. As pessoas agem como se fossem as únicas, como se os outros não existissem. Passam por cima de todos feito tratores desgovernados diante do perigo. A vida se tornou uma ameaça e agimos e reagimos defensivamente o tempo todo. O culto à individualidade tem trazido alguns sérios reflexos em nossa vida pessoal e social.
Sem o sentido de fraternidade e propósito não chegaremos a lugar algum. Reverência, companheirismo e compaixão tornaram-se apenas palavras bonitas modernizadas pelo movimento de Nova Era, mas que quase ninguém aplica em sua vida. A ganância, o egoísmo, o culto à individualidade tornaram-se uma espécie de deuses que a maioria de nós cultua diariamente através de pequenas atitudes.
Por isso peço que neste 1º de janeiro todos se comprometam a observar e transformar suas atitudes menos nobres em atitudes éticas e conscientes de que o outro passa pelos mesmos medos e anseios que todos nós. Atitudes e reações transformadas certamente nos levarão a um 2010 verdadeiramente carregado de muita paz, prosperidade, fraternidade e amor. O compromisso por um mundo melhor deve partir de cada um de nós através de pequenas atitudes em nosso cotidiano.
Um Feliz 2010 para todos nós!