Uma nova e desconhecida droga preocupa a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas durante o Carnaval, de acordo com o colunista de Veja Lauro Jardim.
É o NBOMe, uma substância sintética que imita os efeitos do LSD (dietilamina do ácido lisérgico).
O nome parece familiar?
É a mesma droga que levou à morte o estudante Victor Hugo Santos em setembro do ano passado. Victor, sob o efeito de intoxicação agura por NBOMe, morreu afogado na raia da Universidade de São Paulo (USP) durante uma festa.
A substância, cujas 11 variações são proibidas pela Anvisa no Brasil, surgiu em 2003, mas só ganhou força no Brasil em 2013, quando ocorreram inúmeras apreensões. É vendida sob a forma de pílulas, pó, ampolas ou blotters, os famosos papeizinhos feitos para colocar sob a língua.
Na maior parte das vezes, ele é vendido por traficantes como se fosse LSD, porque a "viagem" das duas drogas é muito semelhante, com alucinações visuais, sonoras e alterações na percepção de espaço e tempo. O valor do NBOMe nos Estados Unidos não passa de US$ 1,50, o que o torna vantajoso financeiramente para o tráfico.
O problema é que ainda não há quase nenhum estudo sobre os efeitos do NBOMe. Enquanto os efeitos do LSD foram extensivamente conhecidos e documentados, o NBOMe é desconhecido. No entanto, uma série de estudos de caso concluem que o NBOMe apresenta riscos muito maiores de intoxicação e de morte.
Mas como é possível distinguir o NBOMe do LSD? A diferença mais perceptível está no paladar. Enquanto o LSD não tem gosto, o NBOMe é extremamente amargo.