A imprensa internacional noticiou a demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, assim que ela foi anunciada pelo ex-juiz federal nesta sexta-feira (24). Moro deixa a pasta após um ano e quatro meses no primeiro escalão do governo do presidente Jair Bolsonaro.
A demissão foi motivada pela decisão de Bolsonaro de trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indicado para o posto pelo agora ex-ministro. A Polícia Federal é vinculada à pasta da Justiça.
'The Guardian', Reino Unido
O britânico “The Guardian” se referiu a Moro como “estrela” do governo de Bolsonaro e avaliou que sua queda enfraquece o presidente brasileiro.
Para o jornal, a saída de “uma das mais populares figuras da administração da extrema direita de Jair Bolsonaro” cria um conflito político potencialmente importante em um momento em que o país tenta conter a pandemia do coronavírus.
'The New York Times', Estados Unidos
O principal jornal norte-americano disse que a saída do ministro acontece em meio a um governo tumultuado. O 'NY Times' diz ainda que Moro sai do cargo como um protesto por conta da exoneração do diretor da Polícia Federal e destacou o pedido do agora ex-ministro para que o presidente Jair Bolsonaro reconsiderasse a decisão.
'Diário de Notícias', Portugal
O jornal português destacou a fala de Moro sobre interferência de Bolsonaro na autonomia da PF, um dos motivos para a demissão. Além disso, o "DN" destacou que após o anúncio, houve panelaços em diversos pontos do Brasil.
'Clarín', Argentina
O jornal argentino chamou Moro de "símbolo da Lava Jato" e deu destaque à exoneração do diretor da Polícia Federal, Mauricio Valeixo como uma das principais motivações para sua saída do Ministério. O diário ainda citou que Moro acusou o governo Bolsonaro de mentiroso ao publicar a exoneração do ex-diretor como um pedido dele próprio.
'Spiegel', Alemanha
O site da revista alemã cita que a saída de Moro é a segunda saída de ministro do gabinete de Bolsonaro em curto espaço de tempo, já que recentemente houve a demissão do ministro da Saúde Henrique Mandetta. A revista observa ainda que a gestão "relaxada" de Bolsonaro não é alvo de polêmica apenas dentro do governo, já que uma parte dos próprios apoiadores do presidente recentemente se manifestaram pedindo intervenção militar.
'Le Figaro', França
Em seu site, o jornal francês destaca que a demissão de Moro ocorreu por "ingerências políticas do presidente" nos "assuntos jurídicos". A reportagem ainda cita que o agora ex-ministro era "o mais popular" do governo de Jair Bolsonaro, e relata os aplausos a Moro e os panelaços que ocorreram em diversas cidades brasileiras.
'El País', Espanha
O jornal espanhol também diz que Moro se demitiu devido às "ingerências de Bolsonaro" e destaca que a saída do "membro mais popular do gabinete impõe um duro golpe para um debilitado presidente do Brasil". A reportagem ainda cita a profunda queda na Bolsa de Valores de São Paulo, que chegou a registrar 7% enquanto Moro falava.