As retiradas de recursos da caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 11,232 bilhões em janeiro deste ano, revelou o Banco Central nesta quarta-feira (6).
Este foi o quinto ano seguido com saída líquida de recursos da poupança e a maior retirada em meses de janeiro desde 2016.
Segundo o Banco Central, em todo ano passado, os depósitos superaram os saques em R$ 38,2 bilhões.
Volume total na poupança
Com a saída líquida de recursos na poupança, o estoque dos valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou queda no começo deste ano.
No fim de dezembro de 2018, o saldo da poupança estava em R$ 797,281 bilhões. Já em janeiro deste ano, o estoque total de recursos aplicados na poupança somou R$ 788,988 bilhões.
Além dos depósitos e das retiradas, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são contabilizados no estoque da poupança. Em janeiro deste ano, os rendimentos somaram R$ 2,939 bilhões.
Com a queda dos juros básicos da economia registrada até março de 2018, a caderneta de poupança passou a render menos.
Pela norma em vigor, há corte no rendimento da poupança sempre que a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano. Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo BC.
Atualmente, a Selic está em 6,5% ao ano. Como a regra prevê que a correção da poupança seja de 70% dessa taxa, ela está hoje em 4,55% ao ano, mais Taxa Referencial.
Mas a queda de rendimento afeta também as aplicações conhecidas como prefixadas, ou seja, que têm por base a Selic.
Segundo cálculos da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a poupança continuará sendo uma "excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano".
Analistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite a pessoas físicas comprar títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O programa tem atraído o interesse de aplicadores nos últimos anos.
No ano passado, o ouro e dólar foram os melhores investimentos. A poupança ficou na décima colocação.