A poluição dos rios Paranaíba e Poti cresce cada vez mais em conseqüência, principalmente, da falta de saneamento básico. A rede de esgotos só abrange 17% de Teresina, quando o ideal seria, no mínimo, 80% de rede de esgotos, de acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Aluísio Parentes Sampaio Neto. Mas, especificamente, o rio Poti é o mais afetado pela sujeira e proliferação de aguapés, o que provoca problemas de toda natureza, inclusive para os pescadores, já que muitas famílias da região Norte de Teresina dependem da pesca para sobreviver.
O próprio secretário diz que as providências tomadas pela Secretaria de Meio Ambiente (Semam), são paliativas, diante do que realmente tem que ser feito, imediatamente, que é a construção de esgotos sanitários, e também a construção de uma barragem. Segundo Aluísio Neto, a construção de uma barragem serviria para controlar o nível das águas do rio Poti e, com isso, evitar o aparecimento dos aguapés. Na verdade os aguapés, em pequena escala, servem para filtrar as águas do rio, mas quando proliferam de forma desordenada, prejudicam a oxigenação dos peixes causando-lhes a morte.
O secretário diz ainda que o mais grave é que desde 2007 as obras de ampliação de esgotos em Teresina estão paradas, por conta de contratos na ordem de R$ 100 milhões, retidos na Caixa Econômica Federal. “Esses contratos foram judicializados e estão se arrastando, sem nenhum tipo de definição, por conta de erros técnicos, de projetos e outros. Tem que haver um jeito, uma força tarefa, para que esses contratos sejam retomados e as obras de esgotos sejam reiniciadas”.
Enquanto as obras de saneamento básico não são retomadas, a Prefeitura, através da Semam, continua, de acordo com Aluísio Neto, realizando o trabalho de limpeza de monitoramento dos blocos maiores, de aguapés, para que não cresçam desordenadamente. “Estamos pretendendo fazer uma parceria com a associação de pescadores para que a limpeza do rio Poti seja realizada pelos próprios pescadores e também pela comunidade, com um trabalho de conscientização em contribuir para não jogar lixo às margens do rio. Sendo importante também nos articularmos para termos as obras de volta”, diz Aluísio Neto, acrescentando que a Semam irá intensificar a fiscalização de dragas, contribuir com a educação ambiental e instalar uma ouvidoria.