Segurança de mercado diz que não apertou pescoço e que vítima ameaçava

Pedro Henrique Gonzaga, de 25 anos morreu, após ficar desacordado e ser levado para hospital. Padrasto de vítima diz que ele tinha problemas mentais e era usuário de drogas.

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O segurança Davi Ricardo Moreira, suspeito matar um homem após uma “gravata" dentro de um hipermercado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, na tarde desta quinta-feira (15), disse que Pedro Henrique Gonzaga, de 25 anos, estava nervoso e ameaçava matar a todos que estavam no local. Na declaração, o segurança alega que o rapaz falava repetidamente: "Vou matar! Vou matar!". O caso aconteceu na tarde desta quinta-feira (15).

(Reprodução/Redes Sociais)

Davi Ricardo afirma ainda, em seu depoimento, não ter apertado ele pelo pescoço de Pedro Henrique e que "permaneceu apenas com seu peso por cima da vítima".

“Eles fazem a contenção, retiram a arma e o garoto desmaia. O que se acredita que tenha sido uma simulação naquele momento. O próprio segurança reporta. 'Ele está mentindo, ele está mentindo, ele está simulando um desmaio como anteriormente havia simulado'", diz a defesa.

O segurança foi preso em flagrante, mas deixou a Delegacia de Homicídios da capital na madrugada desta sexta (15). Sua defesa pagou fiança, de valor não revelado. Ele foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Segundo o padrasto de Pedro Henrique, ele tinha problemas mentais e era usuário de drogas. Antes de tentar imobilizar o rapaz, Davi Ricardo disse que o rapaz se jogou no chão e começou a se debater.

No depoimento, o segurança diz ainda que achou que a vítima estava passando mal e abaixou para prestar os primeiros socorros Ao colocar o rapaz de lado, o segurança diz que "percebeu que ele estava simulando" e que "não tinha nenhum problema".

O incidente foi gravado por clientes. Nas imagens, Pedro Henrique aparece desacordado. Bombeiros foram ao mercado e tentaram reanimar o rapaz. Ele foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, onde horas depois teve uma parada cardíaca e morreu.

O advogado da empresa Group Protection - responsável pela vigilância no supermercado Extra - disse que o jovem tentou roubar a arma do segurança e que mesmo depois de, pelo menos, dois minutos imobilizado, os vigilantes justificaram que o rapaz estaria simulando um desmaio.

A mãe do rapaz viu quando o segurança de um hipermercado na Zona Oeste do Rio imobilizou seu filho, deitando-se sobre ele, e testemunhou os apelos de clientes para que o vigilante o soltasse.

Delegado diz que segurança se excedeu

O delegado responsável pelo caso explicou que o segurança se excedeu na legítima defesa. Disse também que há poucos elementos que caracterizem a intenção de matar e que o vigilante foi imprudente, porque é treinado para esse tipo de abordagem.

“Tá sufocando ele. Ele tá com a mão roxa. Ele tá desacordado”, diziam as pessoas que estavam no local. Outro vigilante chega a tentar impedir a gravação do vídeo.

O supermercado Extra disse que os seguranças foram afastados e que repudia qualquer forma de violência e está colaborando com as investigações.

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