Sobe para seis o número de casos confirmados da Influenza A (H1N1) no Ceará. Ontem de manhã, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) recebeu mais uma confirmação do Ministério da Saúde (MS). Trata-se de um homem de 38 anos infectado durante uma viagem ao Chile.
Novos casos podem surgir ainda esta semana no Estado. A Sesa aguarda os resultados dos exames de secreção realizados em 13 pacientes que apresentaram os sintomas da nova gripe e foram atendidos no Hospital São José, em Fortaleza.
Outros 11 casos já foram descartados desde o início da doença este ano, de acordo com o presidente do Comitê Estadual de Prevenção e Controle da Influenza A e coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonseca.
Dos casos de Influenza A já confirmados no Ceará, desde o início do aparecimento da doença no Brasil, quatro são mulheres e dois são homens, com idade entre 19 e 38 anos. ?Essas pessoas fizeram a coleta de material e foram medicadas, esse procedimento agora só é feito em pacientes com sintomas graves ou em grupos de risco (como bebês, idosos e pessoas imunodeprimidas)?, ressaltou Fonseca.
Resistência
Segundo ele, o Ministério da Saúde anunciou a mudança no sistema de tratamento dos casos suspeitos de infecção pelo vírus influenza A, na sexta-feira passada, para evitar que o vírus se torne mais resistente. ?O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, decidiu tratar a Influenza A como uma gripe comum, já que 99,4% dos casos no Brasil apresentam sintomas leves e alguns moderados. Só houve um caso grave, que veio a óbito?, acrescentou.
Na visão de Manoel Fonseca, a medida ministerial evita que pacientes com quadro leve e moderado sejam atendidos no Hospital São José. ?Essas pessoas devem ir a um posto de saúde ou pelos planos de saúde. Contudo, se o quadro complicar, com sinais de pneumonia ou infecção respiratória, essas pessoas devem ir ao Hospital São José?, ressaltou.
Com o novo protocolo de tratamento, ?a notificação dos casos de gripe suína vão depender da boa vontade das pessoas que atenderem os pacientes com sintomas leves. A Sesa só vai tomar conhecimento dos casos moderados e graves?, revela o presidente do Comitê Estadual de Prevenção e Controle da Influenza A no Ceará.
O diretor do Hospital São José, Anastácio Queiroz, ficou satisfeito com a decisão do ministro José Gomes Temporão. O infectologista é favorável que apenas os casos muito sintomáticos sejam investigados.
Moderação
Com a mudança, ?as doenças severas terão um bom acompanhamento, o que seria impossível se o número de casos aumentar muito?, avalia. Ele também acha que a medicação deve ser dada apenas as pessoas com sintomas graves e aquelas com risco de desenvolver a doença.