SETUT diz que as empresas cumpriram o prazo e efetivaram pagamento da folha

O órgão ressaltou ainda que a data base de assinatura de uma eventual convenção coletiva está prevista somente para janeiro de 2022

SETUT diz que as empresas cumpriram o prazo e efetivaram pagamento da folha | Ascom
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O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informou, na manhã desta quinta-feira (21), que referente às questões trabalhistas com os motoristas e cobradores de ônibus de Teresina, as empresas já cumpriram o pagamento da folha da categoria no prazo de 72 horas. A frota da ordem de serviço acordada com a Prefeitura de Teresina tem sido cumprida e foi toda colocada à disposição dos passageiros do transporte coletivo.

Em nota, a entidade reforça que, "não compactua e nem tem participação na paralisação dos trabalhadores". O Setut diz ainda que "o Sindicato dos trabalhadores utiliza a não assinatura da Convenção Coletiva como pretexto e motivação para a promoção de paralisações". Ressalta ainda que a data base de assinatura de uma eventual convenção coletiva está prevista somente para janeiro de 2022.

"O Setut tem cumprido o seu papel com a sociedade e reforçado a prestação de serviços com qualidade, eficiência e agilidade no atendimento aos passageiros da cidade", finaliza a nota.

Motoristas e cobradores paralisaram suas atividades na manhã desta quinta-feira - Foto: Raíssa Moraes/Portal Meio Norte

Naiara Moraes, consultora jurídica do Setut, informou que os empresários do transporte coletivo de Teresina já fizeram o pagamento da parcela correspondente a R$ 721 mil devida aos trabalhadores em relação aos valores do acordo extrajudicial homologado do exercício de 2020 que está sendo pago pelo município.

"Dentro dessa dinâmica também foi acordado com o município que em três meses, que será o pagamento da entrada de R$ 10,5 milhões que está parcelada (outubro, novembro e dezembro) será feita a atualização dos trabalhadores das folhas de pagamento do ano de 2021. É preciso destacar que os valores devidos pelos município de Teresina para os empresários correspondente ao exercício de 2021, esses valores ainda estão sendo apurados por uma comissão própria no âmbito do poder executivo municipal", declarou.

Ela afirmou ainda que o processo de retomada não acontece de uma hora para outra, é preciso compreensão de todas as partes: “Em janeiro de 2022, quando se acredita que depois do aporte desse valor de R$ 10,5 milhões o sistema ja terá uma condição de retomada efetiva e que sim dentro de um novo contexto inclusive com a frota sendo cumprida na dinâmica da ordem de serviço requerida pela Strans, haverá uma quantidade maior de passageiros e uma estabilização do sistema de transporte coletivo. É assim que é preciso trabalhar dentro dessa dinâmica com compreensão das partes porque o processo de retomada não acontece de uma hora para outra”, disse.

PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Os motoristas e cobradores do transporte público de Teresina voltaram a circular na manhã desta quinta-feira (21/10), após a paralisação que iniciou às 7h30 na Praça Saraiva, no Centro de Teresina. Os veículos ficaram enfileirados e comprometeram o trânsito da Avenida Frei Serafim e de ruas próximas.

A manifestação ocorreu em virtude do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Setut) não ter assinado a convenção coletiva da categoria.

Os trabalhadores do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Rodoviário da Capital (Sintetro) ameaçam realizar uma greve geral caso o documento que prevê a regularização do salário dos trabalhadores e ticket de alimentação não seja assinado.   

Welson Leite, motorista e vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro-PI), informou ao meionorte.com que a categoria planeja uma greve com o intuito de pressionar um acordo com as empresas responsáveis pelos coletivos que circulam na capital. 

"Sem a convenção coletiva, não tem conversa e quem tem fome, tem pressa. Caso não assinem esta semana, nós vamos cruzar os braços e assistir o que vai acontecer. O nosso salário não está normal, são diárias. Estamos fazendo manifestações, mas já podemos dizer que vamos entrar em greve", declarou. 

Segundo Welson Leite, há ausência de uma conduta decisiva para assinatura do termo. "Não tem condições de um trabalhador sobreviver dessa forma. Na última reunião entre o Setut e a Procuradoria Geral do Município, até falaram sobre a assinatura, mas não nos envolveram, eles só falam em prazos", conta. 

Profissionais dos coletivos apontam que as diárias oferecidas como forma de pagamento ferem os direitos dos trabalhadores. Aldir Sá de Brito, trabalha há quase trinta anos como motorista de ônibus e expressa sua revolta "Nós estamos reivindicando nossa convenção, pois nosso pagamento está sendo feito por diária e não estamos recebendo um salário de verdade. Ganho R$ 64 reais por dia e no último mês recebi R$ 1.300, ou seja, perdi R$ 500 reais do meu verdadeiro salário", completa. 

Evaldo Pereira da Silva, cobrador de ônibus, relata que está vivendo uma das piores situações no emprego."Eu trabalhei 22 dias e só ganhei R$ 432 reais, não deu um salário mínimo. Eu só peço a assinatura da convenção, nada mais do que isso, quero ter um trabalho digno".

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