Os gêmeos siameses Arthur e Heitor, de 4 anos, se recuperam bem do procedimento cirúrgico em que foram colocados expansores de pele nas crianças. Segundo o cirurgião pediátrico que acompanha o caso, Zacharias Calil, eles passam por um período de cicatrização antes que os aparelhos comecem a agir. A cirurgia, realizada em 20 de novembro, foi a última antes da separação definitiva dos irmãos, que são unidos pelo tórax, abdômen e bacia.
Segundo Calil, a cicatrização dura no mínimo 30 dias. Depois, tem início a ação das bolsas expansoras. ?O processo para expandir a pele dura pelo menos dois meses?, explica o médico. Assim, a perspectiva é que a cirurgia de separação definitiva seja realizada no início de 2014.
Arthur e Heitor nasceram em abril de 2009, no Hospital Materno Infantil (HMI), unidade referência no acompanhamento de siameses, em Goiânia. A família é de Riacho de Santana, cidade do interior da Bahia. A mãe, Eliana Ledo Rocha dos Santos, de 37 anos, conta que praticamente mora na capital. "A nossa casa [na cidade baiana] virou local de passear".
Eliana procurou ajuda HMI antes mesmo do nascimento dos filhos. "Quando eu descobri que eles eram siameses, procurei na internet algum caso semelhante ao meu e li sobre a equipe do doutor Zacarias Calil. Vim para Goiânia grávida, eles nasceram no HMI", relata.
A mãe, que deixou o emprego de professora para cuidar das crianças, se orgulha de ter alfabetizado os filhos: "Eles já sabem ler e escrevem algumas palavras". Eliana conta que eles são alegres, brincalhões e adoram jogar no computador.
Apesar da gravidade da cirurgia, Eliana diz estar confiante e tranquila. "Eles falam que querem se separar. Entram muito em conflito em relação ao que querem ver na TV, ao lugar que querem ir. Esse desejo deles me tranquiliza e deixa mais confiante", afirma.