SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) -O sírio Zach Tahhan, 21, está sendo apontado como um novo herói dos Estados Unidos após ter ajudado a polícia a capturar o suspeito do ataque em uma estação de metrô de Nova York na terça-feira (12). O técnico de câmeras de segurança se mudou para o país há cinco anos, fala cinco idiomas e mora em Jersey City.
Ele afirmou que estava trabalhando na atualização de equipamentos em uma loja próximo ao local do ocorrido, quando viu o suspeito, Frank James, por um dos equipamentos.
Em entrevista coletiva improvisada, registrada pelo jornal americano The New York Times, Tahhan contou que, ao ver a imagem de Frank, alertou as pessoas que estavam ao seu redor para a presença do suspeito no bairro. "Eu pensei, 'Meu Deus! Esse é o cara, precisamos pegá-lo!'. Ao ver o carro da polícia, eu disse: 'Ei, é ele!', contou.
Ele ainda afirmou que correu para a rua, seguindo o suspeito e pedindo para que todos mantivessem distância. "As pessoas pensaram que eu estava louco, como se eu estivesse usando drogas. Mas eu não sou. Estou jejuando", disse ele, em referência ao Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos cujo um dos rituais é o jejum.
A polícia ainda não foi confirmou se a ação de Tahhan levou à prisão do suspeito. No entanto, o jovem tem sido celebrado na cidade e até a hashtag #ThankYouZack (Obrigado, Zack, em tradução livre) foi levantada nas redes sociais para agradecê-lo pela ação. Há ainda quem acredite que a polícia deve recompensá-lo financeiramente pelos esforços, já que a corporação havia oferecido US$ 50 mil (cerca de R$ 235 reais) para quem ajudasse a encontrar o suspeito.
Apesar do sucesso de Tahhan, outros moradores também estão reivindicando o papel na captura do Frank. Francisco Puebla, 46, gerente de uma loja no Brooklyn, afirma que foi ele quem contratou Tahhan para atualizar o sistema de câmeras de segurança da loja. Ele diz que foi o primeiro a avistar o suspeito caminhando na avenida e, na sequência, avisar à polícia, que seguiu na direção de onde estava Frank.
Além dele, um pintor, Lee Vasu, também reivindica os esforços. Ao site Artnet, ele informou que estava com a mãe, a mulher e a filha de 8 meses quando localizou o suspeito andando próximo ao local onde ocorreu o ataque e avisou aos policiais. Ele disse que, na sequência, carros de polícia começaram a chegar de todas as direções.
Segundo o The New York Times, a polícia informou que recebeu uma denúncia de que o suspeito estava em um McDonald's, a poucos quarteirões de onde estavam as autoridades. Dois policiais acreditam que o próprio Frank teria efetuado a ligação. A informação, por sua vez, ainda não foi confirmada.
Frank James, o homem suspeito de abrir fogo dentro de um vagão do metrô do Brooklyn, em Nova York, foi preso na tarde de quarta-feira (13) após passar um dia sendo procurado pela polícia norte-americana. Em entrevista coletiva, a Polícia de Nova York contou que, o homem foi detido no bairro East Village, a mais de 7 km de distância do Brooklyn, onde o crime foi registrado.
Segundo o jornal The New York Post, James foi apontado pelos policiais como um homem problemático, que havia chamado a atenção anteriormente por disseminar discursos de ódio e ameaças em vídeos contra o prefeito de Nova York, Eric Adams. O infrator, que alegou ser diagnosticado com doença mental, disse que estava insatisfeito com os serviços de saúde pública direcionados às pessoas com os mesmos problemas.
Ao todo, 23 pessoas ficaram feridas durante o ataque. No entanto, nenhuma delas em estado grave.