O Sítio Roberto Burle Marx (SRBM) passa pelos últimos preparativos para a candidatura a Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O dossiê da candidatura, preparado durante todo o ano passado, com 602 páginas, foi encaminhado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) à representação brasileira na Unesco em janeiro e será analisado na reunião do Comitê do Patrimônio Mundial prevista para junho em Baku, no Azerbaijão.
A diretora do sítio, Cláudia Storino, diz que o processo passa por um rito predeterminado, iniciado em 2015 com a inscrição do local em uma lista provisória de candidatos. Caso o dossiê seja aprovado, no segundo semestre uma missão da Unesco visitará o sítio.
“Uma vez que eles considerem o dossiê adequado, na segunda metade do ano a Unesco envia um consultor ou dois em missão de avaliação. Esses especialistas vão ao local para verificar se o que está posto no dossiê corresponde à realidade, se falta alguma informação, se há alguma dúvida. Depois, esse consultor prepara um relatório, que é enviado ao Comitê do Patrimônio Mundial”.
Segundo Cláudia, como o comitê se reúne apenas uma vez por ano, o encontro que avaliará o SRBM será a de 2020, quando poderá ser anunciada a inscrição na lista de Patrimônio Mundial. Anualmente, cada país-membro da Unesco pode indicar apenas um bem para concorrer. O que está em processo de avaliação este ano, e pode ter a inscrição anunciada na reunião de junho, é a cidade histórica de Paraty, no litoral sul fluminense.
O Sítio Roberto Burle Marx, em Barra de Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, se prepara para a nova fase da candidatura do local a Patrimônio Mundial pela Unesco.
A diretora destaca que o sítio está em boas condições, mas necessita de alguns reparos e obras de conservação, além de uma exposição prevista para o ano que vem. Ela afirma que o orçamento necessário fica na faixa de R$ 1 milhão.
“Temos uma série de serviços colocados no nosso plano de ação, mas depende de orçamento suficiente. O sítio vem sendo requalificado desde que entrou para a lista dos candidatos. Já reformamos dois lagos, vários espaços foram restaurados, estamos finalizando a impermeabilização da cobertura do ateliê. Pretendemos restaurar o piso e o altar da capela”.
Para Cláudia, a inscrição na lista de patrimônio mundial é uma chancela importante para dar continuidade ao trabalho de preservação do local, apesar de não envolver nenhum recurso monetário.
“[A inscrição] destaca o sítio como um bem que importa para todo o mundo. Então, a preservação ganha argumento muito mais forte. O sítio já é bem cultural federal, já é importante para o Brasil e para o estado do Rio. Esse é o último degrau que um bem pode subir em termos de importância no mundo. Isso estabelece determinadas regras de preservação para o bem e para o seu entorno, uma área em que certos cuidados devem ser mantidos”.
Por Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro