Apenas cerca de 14,75% das 1,2 milhão de vacinas contra a dengue distribuídas pelo governo federal foram aplicadas em crianças e adolescentes do público-alvo definido pelo Ministério da Saúde. Os dados, coletados desde 9 de fevereiro até o último sábado (2), revelam que, dos 521 municípios selecionados para receber as vacinas, apenas 182.204 doses foram administradas.
As cidades, localizadas em 16 estados brasileiros, compõem um total de 37 regiões de saúde que, segundo o ministério, são consideradas endêmicas para dengue. O Piauí não tem nenhuma cidade na lista.
Quem pode se vacinar?
Crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue, compõem o público-alvo da imunização. De janeiro de 2019 a novembro de 2023, o grupo respondeu por 16,4 mil hospitalizações, atrás apenas dos idosos, grupo para o qual a vacina não foi autorizada. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Situação dos estados
O Distrito Federal, líder na vacinação contra a dengue, reportou que apenas 32% das crianças de 10 e 11 anos foram imunizadas até o momento, com 48 mil doses ainda disponíveis. No Rio de Janeiro, apenas 18% das crianças dessa faixa etária receberam a vacina até a última sexta-feira (1º).
Apelo para vacinação
Com um apelo aos pais, a pediatra Natália Bastos ressaltou a importância da vacinação, destacando a segurança e eficácia da vacina contra a dengue, que agora está disponível gratuitamente nos centros de saúde. Natália destacou que o esquema vacinal completo da vacina Qdenga, com duas doses, garante cerca de 80% de eficácia e que os efeitos colaterais, inclusive em crianças, são pequenos – sobretudo quando comparados aos que uma infecção por dengue pode causar.
“Com uma dose, você tem, geralmente, efeitos colaterais imediatos muito leves e, com 10 dias, algumas manchas no corpo ou alguma dor no corpo. Mesmo assim, são poucos sintomas tendo em vista o que um quadro de dengue pode causar numa criança ou num adulto.”, disse a médica em reportagem da Agência Brasil