O número de mortos nos incêndios no Havaí, os mais letais em mais de um século nos Estados Unidos, chegou a 93 pessoas neste domingo (13). Segundo autoridades locais, a quantidade ainda pode aumentar. "Vai continuar aumentando. Queremos preparar as pessoas para isso", alertou o governador Josh Green.
Número de morts provocadas por incêndios no Havaí passam de 90 Foto: Mathew Thayler
Green enfatizou o nível da destruição, classificando como o maior desastre natural que o Havaí já presenciou, ressaltando que levará grande quantidade de tempo para se recuperar. “A curto prazo, será doloroso e, a longo prazo, as pessoas vão precisar de serviços de saúde mental, e, a muito longo prazo, vamos reconstruir juntos”, pontuou.
Este é o incêndio mais mortal nos Estados Unidos desde 1918, quando 453 pessoas morreram em Minnesota e Wisconsin, segundo o grupo de pesquisa sem fins lucrativos Associação Nacional de Proteção contra Incêndios.
O desastre ocorre após a América do Norte ter sofrido vários fenômenos climáticos extremos nos últimos meses. Esses eventos vão desde incêndios florestais sem precedentes no Canadá até uma intensa onda de calor que atingiu o sudoeste dos Estados Unidos. Além disso, a Europa e diversas regiões da Ásia também foram impactadas por ondas de calor, inundações e extensos incêndios. Especialistas afirmam que a influência da mudança climática, atribuída à atividade humana, está agravando tais eventos naturais, aumentando tanto sua frequência quanto sua intensidade letal.
Em julho, o secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que a 'era da fervura global' havia chegado, logo após a confirmação de que as três primeiras semanas daquele mês foram as mais quentes já registradas. Conforme informações fornecidas pelo governo dos Estados Unidos, aproximadamente 14% do território do Havaí está atualmente sofrendo com níveis de seca que variam entre severos e moderados. Essa situação cria um ambiente altamente suscetível a incêndios florestais.
A procuradora-geral do Havaí, Anne Lopez, anunciou o início de uma investigação para examinar como a crise foi administrada. Essa investigação incluirá uma análise minuciosa das escolhas cruciais tomadas e das políticas atualmente implementadas na região.
As autoridades garantiram 1.000 quartos de hotel para pessoas que perderam suas casas e estão providenciando imóveis para aluguel para servir como moradia sem nenhum custo para as famílias. Mais de 1.400 pessoas foram acolhidas em abrigos de emergência.
De acordo com a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA), estima-se que o montante necessário para reconstruir Lahaina alcance a cifra de US$ 5,5 bilhões. Isso ocorre em decorrência dos estragos que afetaram mais de 2.200 edificações, entre danificadas e destruídas, além de uma área de mais de 2.100 acres (cerca de 850 hectares) que foram consumidos pelas chamas.