O STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu investigação criminal do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro que apura movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). A decisão liminar (caráter provisório) foi tomada pelo ministro Luiz Fux a partir de reclamação do filho de Jair Bolsonaro.
Os argumentos usados no recurso não foram revelados porque o procedimento tramita em segredo de justiça, reiterado na decisão do STF. A decisão acontece três dias após o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, dizer que Queiroz poderia ser denunciado mesmo sem depor no inquérito -- o ex-assessor faltou duas vezes a depoimentos do Rio e, em razão de tratamento médico, não tinha previsão para ser ouvido.
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A decisão que suspende as investigações foi tomada por Fux pois o ministro, que é vice-presidente do Tribunal, assumiu o plantão durante o recesso judiciário no último dia 14.
Durante o plantão, geralmente são decididos apenas casos urgentes. O STF retorna aos trabalhos em 1º de fevereiro, quando o processo deverá ser analisado pelo ministro Marco Aurélio Mello, que foi sorteado relator para o caso.
Segundo informou a Promotoria do Rio, por meio de nota, a suspensão deve durar "até que o Relator da Reclamação se pronuncie". Pelo fato de o recurso tramitar sob sigilo, o MP informou que não se manifestará sobre o mérito da decisão.
Em entrevista ao "SBT" exibida no dia 26 de dezembro, Queiroz disse que parte do dinheiro movimentado vem de negócios como compra e venda de carros.
"Eu sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro... Sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora, na minha época lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar, revendia, tenho uma segurança", declarou na entrevista.