Suspeito de enviar pacotes-bomba pode pegar 58 anos de prisão

O acusado foi preso nesta sexta(26) e ele teria enviado 13 pacotes

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Cesar Sayoc, preso nesta sexta-feira (26) e suspeito de enviar 13 pacotes com explosivos para políticos ligados ao Partido Democrata e outros críticos do presidente Trump, foi acusado de cinco crimes federais e poderá ser condenado a até 58 anos de prisão.

Segundo o procurador geral, Jeff Sessions, Sayoc irá responder a acusações por transporte interestadual de explosivo, envio ilegal de explosivo, ameaças contra ex-presidentes, ameaça ao comércio interestadual e ataque a oficiais federais e ex-oficiais.

“As acusações podem mudar ou ser ampliadas à medida que a investigação avance, mas queremos também ressaltar que qualquer pessoa é inocente até que se prove sua culpa”, declarou Sessions em uma entrevista coletiva na tarde desta sexta.

De acordo com o diretor do FBI, Christopher Wray, a identificação de Sayoc foi possível inicialmente graças a uma digital encontrada no pacote enviado à deputada democrata Maxine Waters, na Califórnia. Além disso, seu DNA também estava presente em outros pacotes.

Wray detalhou ainda que os pacotes continham dispositivos construídos com canos de PVC de cerca de 15 centímetros, um pequeno bloco, uma bateria, e material energético potencialmente explosivo. Segundo o diretor do FBI, o material explodiria se exposto à combinação ideal de calor, choque ou fricção. “Eram explosivos reais”, garantiu.

Segundo a rede CNN, Cesar Sayoc tem 56 anos, mora na Flórida e foi detido várias vezes desde o início dos anos 90. Em 2002, foi preso por "ameaça de bomba" e "ameaça de descarregar dispositivo destrutivo", de acordo com registros do Departamento de Polícia da Flórida.

Sayoc ainda foi preso em 1999 por posse de um veículo roubado. Ele não era uma figura conhecida pelo serviço secreto, disseram várias fontes policiais à rede de TV.

Sayoc é registrado no Partido Republicano. Ele se registrou pela primeira vez para votar na Flórida em 4 de março de 2016.

A televisão americana exibiu imagens do local da prisão em que a polícia apareceu apreendendo uma van cheia de adesivos, alguns deles retratando Donald Trump e Mike Pence.

O presidente Trump elogiou a rapidez das autoridades na captura do suspeito, e voltou a dizer que a violência política não deve ter lugar nos Estados Unidos.

Mais cedo, também nesta sexta, mais dois pacotes semelhantes aos anteriores foram encontrados: um na Flórida endereçado ao senador democrata Cory Booker, e outro em Nova York, com o nome de James Clapper, ex-Diretor de Inteligência Nacional do governo Obama, e endereçado à sede da rede CNN na cidade.

Fontes de segurança já haviam dito que acreditavam que alguns dos pacotes foram enviados de um posto na Flórida. As buscas se concentraram em uma agência da cidade de Opa-locka, perto de Miami. Nenhum dos 12 pacotes-bomba encontrados chegou a explodir.

O ator Robert De Niro comentou nesta sexta a entrega do artefato explosivo no imóvel onde funciona seu restaurante e sua produtora, em Nova York. Ele se disse aliviado. "Agradeço a Deus por ninguém ter se ferido e agradeço às bravas e engenhosas forças de segurança e aos policiais por nos protegerem", disse ele.

Poucos dias antes da eleição legislativa americana, o crítico de Trump ressaltou a importância do voto. "Há algo mais poderoso do que bombas, e esse é o seu voto. As pessoas devem votar!”

O que se sabe sobre os pacotes-bomba interceptados nos EUA

Todos eles têm as mesmas características: envelope pardo, seis selos com bandeira dos Estados Unidos e endereço de remetente de Debbie Wasserman-Schultz, deputada democrata pela Flórida, mas com a grafia do sobrenome dela errada.

Os pacotes encontrados antes desta sexta-feira foram endereçados para as seguintes pessoas:

  • Joe Biden, ex-vice-presidente do governo de Barack Obama (dois pacotes foram endereçados em seu nome)
  • Robert De Niro, ator e produtor
  • Barack Obama, ex-presidente
  • Hillary Clinton, ex-secretária de Estado
  • John Brennan, ex-diretor da CIA, cujo nome estava em pacote mandado para a CNN
  • Eric Holder, ex-secretário de Justiça (o pacote não chegou ao seu endereço e retornou ao endereço de Debbie Wasserman-Schultz na Flórida)
  • Maxine Waters, deputada democrata da Califórnia (dois pacotes foram enviados em seu nome)
  • George Soros, investidor (caso ocorrido na segunda-feira)

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