Suspeito de vender arma do massacre em escola é vizinho de aluno

Jenifer da Silva Cavalcante ficou ainda mais abalada após descobrir que seu vizinho de bairro é suspeito de ter vendido a arma utilizada no crime, segundo a mãe dela, Regiane de Jesus Cavalcante.

Mecânico é um dos suspeitos de envolvimento no massacre da Raul Brasil | Polícia Civil/Divulgação
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A prisão de um dos suspeitos de vender a arma utilizada no massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil agravou ainda mais o quadro depressivo da sobrevivente Jenifer da Silva Cavalcante, de 16 anos. O mecânico de 47 anos mora no mesmo bairro da vítima do massacre. Ele foi preso na quarta-feira (10), na casa dele, sob suspeita de ter vendido a arma aos assassinos.

Segundo Regiane de Jesus Cavalvante, mãe de Jenifer, a filha precisou de atendimento médico depois de saber que o suspeito é um vizinho. "Ela está ainda mais assustada. Não para de chorar e não dorme", conta.

Durante o atentado à Escola Estadual Professor Raul Brasil, a estudante se fingiu de morta e se jogou em cima da poça de sangue de uma das vítimas, mas terminou sendo pisoteada pelos outros alunos que fugiam. A ação terminou com dez pessoas mortas e 11 feridas.

Jenifer foi socorrida ao Hospital Luzia de Pinho Melo, onde passou por cirurgia para a retirada do apêndice e foi diagnosticada com inchaço nos rins. Ela ficou internada por sete dias depois, mas depois foi liberada para continuar o tratamento com remédios em casa.

"Desde o ocorrido estou correndo com ela para hospital. Eu tive que sair também do meu trabalho pois não posso deixar ela sozinha. Ela não consegue nem sair de casa sozinha", diz a mãe.

Segundo Regiane, a filha o conhecia de vista o mecânico e ficou apavorada quando soube pode ter envolvimento no massacre.

"O médico passou novos remédios para a depressão. Não está sendo fácil. Minha filha tinha uma vida super agitada, trabalhava, estudava, fazia um curso de gestão empresarial lá na Penha e, de repente, parou com tudo", conta.

 A maior parte dos estudantes feridos no massacre ainda não voltou a estudar na Raul Brasil — Foto: Reprodução/TV Diário 

Investigações

Desde o início das investigações, quatro pessoas foram detidas. Um menor de idade, de 17 anos, acusado pela Polícia Civil e o Ministério Público como mentor intelectual do crime, está em uma unidade da Fundação Casa desde o dia 19 de março. O advogado de defesa dele, Marcelo Feller, afirma que o cliente "fantasiou", mas não executou o crime.

O mecânico foi preso na noite desta quarta-feira na zona rural de Suzano. Para a Polícia Civil, ele participou da negociação da arma e munição que possivelmente foram utilizados no massacre.

Já na manhã desta quinta-feira (11), outros dois homens foram presos pelo mesmo também sob suspeita de vender arma e munição aos assassinos. Em entrevista coletiva, o delegado seccional de Mogi das Cruzes, Alexandre Barbosa Ortiz, disse que a negociação foi feita por meio de redes sociais.

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